Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />
A SOLUÇÃO DIPLOMÁTICA NO CASO DA PANTHER*<br />
Temos a seguinte nota:<br />
A primeira opinião, aqui formada, sobre os acontecimentos de<br />
Itajaí, baseou-se nas notícias bastante exageradas, cheias de confusões<br />
e enganos, telegrafadas depois de leituras rápidas e desatentas, por<br />
um jovem correspondente de Florianópolis, cujo critério deve ser mais<br />
ou menos igual ao <strong>do</strong> correspondente argentino que há dias nos quis<br />
impingir a notícia de que um ex-diplomata russo – anônimo, já se sabe<br />
– vira no Esta<strong>do</strong>-Maior alemão certo mapa <strong>do</strong> Brasil meridional, onde<br />
estavam marca<strong>do</strong>s os distritos conquistáveis pela Alemanha, como se<br />
nas salas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior em Berlim tivessem entrada diplomatas,<br />
repórteres ou quaisquer pessoas estranhas ao serviço, e <strong>do</strong>cumentos<br />
reserva<strong>do</strong>s andassem ali rolan<strong>do</strong> pelas mesas!...<br />
Na Europa, também, foram as notícias <strong>do</strong> jovem correspondente<br />
as que produziram a primeira impressão.<br />
Diz o Journal des Débats de 16 de dezembro:<br />
“Brasil – O Jornal <strong>do</strong> Commercio publica o resumo <strong>do</strong> inquérito<br />
oficial sobre o incidente de Santa Catarina. Os depoimentos das<br />
testemunhas, tanto alemãs como brasileiras, confirmam os fatos<br />
já conheci<strong>do</strong>s. Um alemão naturaliza<strong>do</strong> brasileiro, antigo combatente<br />
de 1870, refere que reconheceu o comandante da canhoneira<br />
Panther entre os oficiais que acompanhavam os marinheiros quan<strong>do</strong><br />
estes se apoderaram de Fritz Steinhauf...”<br />
Esse veterano de 1870, em cujo testemunho, único e isola<strong>do</strong>, se<br />
apoiou a Vária de 11 <strong>do</strong> corrente, é Antonio Maluch, que pelo nome<br />
não se perca – respeitável sexagenário –, segun<strong>do</strong> o amável crítico,<br />
mas maníaco, como declara o depoente Leocádio Baptista de Medeiros,<br />
mais competente para o qualificar, porque o conhece pessoalmente.<br />
Já mostramos que a acusação feita ao comandante, com o menos<br />
que frágil fundamento de um testemunho nulo em direito, não podia<br />
autorizar o Sr. Ministro das Relações Exteriores a pedir ao Governo<br />
alemão que punisse administrativamente o Conde Saurma, o qual<br />
* Publica<strong>do</strong> em A Notícia. Rio de Janeiro, 13 jan. 1906.<br />
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