Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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CADERNOS DO <strong>CHDD</strong><br />
Tenho a honra de reiterar a V.S. os protestos da minha estima e<br />
consideração.<br />
(Assina<strong>do</strong>) Rio Branco”<br />
Como se acaba de ver, o que o Sr. Ministro das Relações Exteriores<br />
fez com a circular de 4 de dezembro último foi pôr de novo em vigor,<br />
na correspondência da sua repartição, as regras de cortesia oficial<br />
abolidas em 1893 e que são, resumidamente e com ligeiras variantes,<br />
as mesmas que se encontram em um folheto de cinqüenta páginas<br />
em cuja capa e folha de rosto se lê o seguinte:<br />
“République Française. Protocole du Ministère des Affaires<br />
Etrangères. – 1900”<br />
E da página 11 em diante: – “Protocole du Ministre”.<br />
Os republicanos da Suíça, <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América e da<br />
França, sen<strong>do</strong> mais antigos, devem entender mais de república <strong>do</strong><br />
que os <strong>do</strong> Brasil. O nosso Ministério das Relações Exteriores está<br />
seguin<strong>do</strong> agora, em matéria de estilo oficial, os exemplos que nos dão<br />
os republicanos dessas e de todas as outras repúblicas.<br />
O Sr. Rio Branco, portanto, não suprimiu fórmulas republicanas,<br />
nem obedeceu a pensamento algum político. O Salut et Fraternité,<br />
usa<strong>do</strong> em França na época da grande revolução, é desde muito fórmula<br />
religiosa e não política, de que apenas se servem em França e outros<br />
países os pouco numerosos observantes da <strong>do</strong>utrina religiosa de Augusto<br />
Comte. Não nos parece que se possa com razão considerar “pequice<br />
política” o emprego de alguns poucos minutos em consertar a reforma<br />
de 1893. O que com certeza deve ser considera<strong>do</strong> “pequice política” e<br />
mesmo rematada carolice é o ato <strong>do</strong>s que então impuseram ao Ministério<br />
das Relações Exteriores uma fórmula da Religião da Humanidade. Na<br />
República <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r o ultramontano Garcia Moreno não foi tão longe,<br />
pois nunca se lembrou de decretar para fecho <strong>do</strong>s ofícios e notas o<br />
Dominus Vobiscum, que seria a fórmula equivalente e mais aceitável<br />
naquele país de carolas.<br />
Os avisos e comunicações das outras repartições são <strong>do</strong>cumentos<br />
<strong>do</strong> nosso serviço interno, correspondência trocada entre brasileiros e<br />
que, assim, se passa toda em família. Não sucede o mesmo aos<br />
despachos <strong>do</strong> Ministério das Relações Exteriores. Não raro são eles