Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />
o Brasil pedisse a punição administrativa desse comandante pelo que<br />
não fez, e pelo que não man<strong>do</strong>u fazer. Os oficiais e inferiores que<br />
estavam licencia<strong>do</strong>s em terra e praticaram excessos no Hotel <strong>do</strong><br />
Commercio e na casa Zimmermann vão ser submeti<strong>do</strong>s à justiça militar.<br />
Desaprova<strong>do</strong>s eles pelo comandante e pelo Governo da Alemanha,<br />
desapareceu qualquer ofensa a nossa soberania.<br />
Quanto a Steinhauf, a declaração feita ao chefe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior<br />
da Armada, pelo comandante da Panther, de que não estava e nunca<br />
havia esta<strong>do</strong> a bor<strong>do</strong>, era suficiente, segun<strong>do</strong> os juristas internacionais,<br />
para que não pudéssemos insistir na reclamação da sua entrega. Se<br />
um governo estrangeiro ousasse pôr em dúvida afirmação semelhante<br />
feita por um comandante de navio de guerra brasileiro ao chefe de<br />
Esta<strong>do</strong>-Maior da nossa Armada, consideraríamos com toda a razão<br />
que haveria nisso injúria à honra da Marinha e da nação brasileira.<br />
“Fígaro” mostra-se muito incomoda<strong>do</strong> por não ter apareci<strong>do</strong> até<br />
agora o famoso Fritz Steinhauf (ortografia <strong>do</strong> nome nos inquéritos e<br />
no cartão postal de 1 de dezembro). Sabe, porém, se a polícia de<br />
Santa Catarina e de outros lugares o tem seriamente procura<strong>do</strong>?<br />
Em Itajaí, o comissário de polícia só tinha às suas ordens <strong>do</strong>is<br />
solda<strong>do</strong>s, para a guarda da polícia. Em 26 de novembro havia apenas<br />
oito ou dez dias que ali chegara Steinhauf. Pouca gente o conhecia.<br />
Não há dele retrato algum. Sabe-se, apenas, pelo segun<strong>do</strong> inquérito,<br />
que não tinha dinheiro para pagar o hotel e retirar a sua mala, e nem<br />
mesmo “para comprar uma caixa de fósforos”. Quem pode saber se<br />
Steinhauf tem motivos para se ocultar e mudar de nome?<br />
O comandante ouviu dizer que ele esteve em Florianópolis, que ali<br />
chegara em navio de vela, que depois partira para Buenos Aires.<br />
Também o Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ouviu dizer isso e man<strong>do</strong>u a notícia<br />
ao Ministério das Relações Exteriores. O nome de Steinhauf não foi<br />
encontra<strong>do</strong> entre os <strong>do</strong>s passageiros <strong>do</strong>s navios entra<strong>do</strong>s e saí<strong>do</strong>s.<br />
Nem podia ser encontra<strong>do</strong>.<br />
Ele não tinha dinheiro para comprar uma passagem. Poderia,<br />
porém, ter chega<strong>do</strong> a Florianópolis em alguma falua, como a barcaça<br />
que no dia 28 de novembro partiu de Porto Belo conduzin<strong>do</strong> Groschang<br />
para Itajaí. Não consta que as faluas e pequenas embarcações figurem<br />
nas listas de entradas e saídas de navios. E não é exato, como parece<br />
pensar “Fígaro”, que um pesca<strong>do</strong>r, ou amigo de pesca<strong>do</strong>r, que saia<br />
deste porto para Ponta Negra ou Sepetiba pague imposto de passagem<br />
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