Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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O RETORNO DO BARÃO DO RIO BRANCO AO BRASIL: A LEITURA DA IMPRENSA<br />
No Diário da Manhã (Ribeirão Preto, 30/11/1902), também na<br />
expectativa da festa:<br />
Deve estar no <strong>do</strong>mínio de to<strong>do</strong>s o mo<strong>do</strong> por que a Pátria recebeu os<br />
lau<strong>do</strong>s arbitrais de Cleveland e de W. Hauser e a culminância a que atingiu<br />
o nome <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Rio Branco, quer no Brasil, quer no mun<strong>do</strong> civiliza<strong>do</strong>, a<br />
par da mais alta gratidão <strong>do</strong>s seus compatriotas e das maiores honras que<br />
a Pátria jubilosa procurou dispensar ao notável concidadão. No atual<br />
momento Rio Branco se nos apresenta como um general vitorioso em mil<br />
torneios que vem receber da Pátria agradecida o galardão e as justas<br />
homenagens a que fez jus, não um general triunfante nas lutas sangrentas<br />
e mortíferas das batalhas, e sim um general avigora<strong>do</strong> nos certames pacíficos<br />
da solidão <strong>do</strong>s gabinetes de estu<strong>do</strong>s, em prol de um direito sacrossanto tão<br />
sabidamente disputa<strong>do</strong> em benefício da extensão territorial <strong>do</strong> Brasil.<br />
No Correio Mercantil (Porto Alegre, 3/12/1902):<br />
A sua superior individualidade firmou-se, destacan<strong>do</strong>-se gloriosamente,<br />
nas recentes vitórias diplomáticas das Missões e <strong>do</strong> Amapá pleitean<strong>do</strong> junto<br />
<strong>do</strong>s árbitros o nosso direito à posse desses territórios contra as pretensões<br />
argentina e francesa, revelan<strong>do</strong> em ambas essas questões um profun<strong>do</strong><br />
conhecimento <strong>do</strong> direito das gentes, da história <strong>do</strong>s trata<strong>do</strong>s, da geografia<br />
física e política, de to<strong>do</strong>s os ramos da ciência, enfim, necessários a ilustrar<br />
o debate internacional, logran<strong>do</strong> um triunfo extraordinário para o seu nome,<br />
para a Pátria e para as aspirações liberais de concórdia e paz que animam<br />
o espírito contemporâneo.<br />
Na Folha <strong>do</strong> Sul (São José <strong>do</strong> Paraíso, 2/12/1902):<br />
... surgiu o Barão <strong>do</strong> Rio Branco, filho de um servi<strong>do</strong>r da monarquia, que<br />
veio dar à República, com o lau<strong>do</strong> de Cleveland, a decisão vitoriosa <strong>do</strong><br />
secular litígio das Missões! [...] Foi ele, o batalha<strong>do</strong>r intemerato, buscar no<br />
coração da Europa, o lau<strong>do</strong> da Confederação Helvética, que faria o Brasil<br />
triunfar numa contenda com a França, a grande França. [...] Grande pátria<br />
a nossa, que tem filhos como o Barão <strong>do</strong> Rio Branco! [...] Bem haja o povo<br />
brasileiro, que alcatifa de flores as ruas por onde vai passar o vence<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
Amapá.<br />
Na Tribuna de Santos, 3/12/1902:<br />
Coincidência auspiciosa, S. Ex. chegou exatamente no dia em que,<br />
<strong>do</strong>is anos antes, era li<strong>do</strong> em Berna o lau<strong>do</strong> arbitral <strong>do</strong> Conselho Federal<br />
Suíço favorável ao Brasil na questão de limites com a Guiana Francesa,<br />
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