03.07.2013 Views

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Resumo<br />

Em Tese, Belo Horizonte, v. 10, p. 139-145, <strong>de</strong>z. 2006<br />

Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis, o Crítico da Imprensa:<br />

o jornal entre palmas e piparotes<br />

Disponível em http://www.letras.ufmg.br/poslit<br />

Marcos Fabrício Lopes da Silva<br />

Esta dissertação tem como objetivo analisar as crônicas <strong>de</strong><br />

Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis publicadas em jornais na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

século XIX, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a atuação <strong>do</strong> jornalista/cronista<br />

como admira<strong>do</strong>r da imprensa e crítico <strong>do</strong> jornal. As ocasiões em<br />

que o nosso escritor aplau<strong>de</strong> a imprensa equivalem aos<br />

momentos <strong>de</strong> “palmas”. Os “piparotes”, por sua vez,<br />

representam a reprovação <strong>de</strong> Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis frente aos<br />

<strong>de</strong>slizes <strong>de</strong> caráter ético e editorial, cometi<strong>do</strong>s pelos jornais.<br />

Palavras-chave: Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis. Crônica. Jornal. Crítico da imprensa.<br />

Pretendi com este estu<strong>do</strong> expor e discutir a crítica da imprensa exercida pelo<br />

jornalista Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis em suas crônicas publicadas nos mais varia<strong>do</strong>s jornais<br />

entre o Segun<strong>do</strong> Reina<strong>do</strong> e o início da República. Entre “palmas” e “piparotes”, nosso<br />

cronista se posicionou diante <strong>do</strong> juízo formula<strong>do</strong> a partir da prática jornalística da<br />

segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX. Ora Macha<strong>do</strong> se empolgava com a dialética <strong>do</strong><br />

esclarecimento prometida pelo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> jornalismo, ora o cronista, mais experiente na<br />

prática jornalística, reprovava os abusos éticos e editoriais que levavam os jornais a<br />

a<strong>do</strong>tar uma filosofia sensacionalista e uma mentalida<strong>de</strong> mais conserva<strong>do</strong>ra no intuito<br />

<strong>de</strong> enaltecer os aspectos hegemônicos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> escravocrata e não<br />

acostumada ao clima <strong>de</strong>mocrático sustenta<strong>do</strong> pela liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão.<br />

Reconheci<strong>do</strong> como romancista notável e gran<strong>de</strong> contista, faltam mais estu<strong>do</strong>s a<br />

respeito da dramaturgia, das poesias e das crônicas produzidas por Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis.<br />

Analisan<strong>do</strong> a produção jornalístico-literária <strong>do</strong> nosso escritor, o papel da imprensa,<br />

assim como seus limites éticos que buscam o equilíbrio entre a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar e<br />

a responsabilida<strong>de</strong> no exercício <strong>de</strong>ste ofício, aparecem com bastante freqüência como<br />

tema, levan<strong>do</strong>-me a afirmar que Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis foi um <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> crítico da<br />

imprensa. Como ele exercia esta crítica?<br />

Kritos em grego refere-se ao juiz, ao árbitro. Antes <strong>do</strong> Iluminismo o conceito <strong>de</strong><br />

crítica estava relaciona<strong>do</strong> com o <strong>de</strong> censura. Kant trouxe a noção <strong>de</strong> criticismo como<br />

ferramenta na busca <strong>do</strong> conhecimento. Para Macha<strong>do</strong>, a crítica da imprensa não se<br />

restringe a apontar os erros <strong>de</strong>sta entida<strong>de</strong> noticiosa. O cronista preten<strong>de</strong> sobretu<strong>do</strong><br />

indicar caminhos e disseminar juízos por acreditar na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprimoramento <strong>do</strong><br />

ofício jornalístico. Macha<strong>do</strong> ressaltou que assinalar os equívocos da imprensa não é<br />

139

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!