03.07.2013 Views

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

Contornos do Indizível: o estilo de Clarice Lispector - Fale - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Resumo<br />

Em Tese, Belo Horizonte, v. 10, p. 35-40, <strong>de</strong>z. 2006<br />

Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis, um Poeta Satírico?<br />

Disponível em http://www.letras.ufmg.br/poslit<br />

Anselmo Luiz Pereira Campos<br />

Este trabalho <strong>de</strong>stina-se ao estu<strong>do</strong> da poesia <strong>de</strong> Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Assis, toman<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida seu percurso pelo gênero<br />

poético. Os poemas <strong>de</strong> Gazeta <strong>de</strong> Holanda satirizam a<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira <strong>do</strong> século XIX. O estu<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

revela elementos significativos para a compreensão da poética<br />

machadiana no plano estético.<br />

Palavras-chave: Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis. Poesia. Sátira. Século XIX. Gazeta <strong>de</strong> Holanda.<br />

Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis (1839-1908) encontrou na poesia a sua primeira manifestação<br />

literária. Aos quinze anos, publicou seu primeiro soneto em um periódico sem gran<strong>de</strong><br />

importância no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>do</strong> Segun<strong>do</strong> Império. Tratava-se <strong>do</strong> Periódico <strong>do</strong>s<br />

pobres, que imprimia, naquela ocasião, o primeiro trabalho literário daquele que viria a<br />

ser o escritor mais representativo da literatura brasileira. O jovem poeta, apesar <strong>de</strong><br />

um início titubeante e canhestro, continuou a compor seus versos, aperfeiçoan<strong>do</strong>-se<br />

cada vez mais no trato com a poesia. Dez anos mais tar<strong>de</strong>, Macha<strong>do</strong> publica seu<br />

primeiro livro <strong>de</strong> poesias Crisálidas (1864), segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Fale</strong>nas (1870), Americanas<br />

(1875) e Oci<strong>de</strong>ntais (1901). O último, na verda<strong>de</strong>, nunca chegou a compor um volume<br />

avulso, mas veio a lume na edição das Poesias completas que o próprio autor<br />

organizou em 1901.<br />

Interessante é que, passa<strong>do</strong>s quase cem anos da morte <strong>do</strong> escritor, a obra<br />

poética machadiana ainda não está completa. Não existe uma edição que reúna toda a<br />

poesia <strong>de</strong> Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis. Um lapso imper<strong>do</strong>ável com o gran<strong>de</strong> autor da literatura<br />

brasileira. Dessa forma, <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> poemas per<strong>de</strong>m-se no tempo. Os poemas<br />

dispersos, publica<strong>do</strong>s em jornais, álbuns e panfletos, cujo total, seguramente<br />

cataloga<strong>do</strong> até agora, soma 86 composições e um outro conjunto <strong>de</strong> 48 poemas<br />

publica<strong>do</strong>s entre 1886 e 1888, na Gazeta <strong>de</strong> notícias, sob o título Gazeta <strong>de</strong> Holanda.<br />

Este último conjunto será o objeto <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>ste artigo.<br />

Os 48 poemas em quadras, com versos em re<strong>do</strong>ndilha maior, reuni<strong>do</strong>s sob o<br />

título Gazeta <strong>de</strong> Holanda, encontram-se nas crônicas por formarem um misto <strong>de</strong> prosa<br />

e poesia, isto é, um gênero híbri<strong>do</strong>. Essas composições, que ocupavam uma coluna na<br />

página <strong>do</strong> jornal, são verda<strong>de</strong>iras crônicas em verso. O principal assunto é — como nas<br />

crônicas machadianas — o cotidiano <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>do</strong> século XIX. O tom geral<br />

<strong>de</strong>ssas gazetas é a sátira. A verve crítica machadiana apresenta-se com gran<strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong>, uma vez que tanto a composição, quanto o jornal em que figurava assim o<br />

35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!