Simone Canabarro Palezi - UFSM
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interface entre a gordura e a água, diminuindo a tensão interfacial entre as duas, unindo-as e<br />
evitando a saída e coalescência da gordura.<br />
As emulsões cáneas são chamadas de emulsão óleo em água, no qual a fase dispersa é<br />
o óleo ou gordura e a fase contínua é o meio aquoso (OLIVO e SHIMOKOMAKI, 2006b).<br />
A emulsão da carne constitui um sistema de duas fases, a fase dispersa formada por<br />
partículas de gordura sólida ou liquida e a fase continua formada pela água, que contem<br />
dissolvidas e suspensas proteínas solúveis, e que com a água formam uma matriz que<br />
encapsula os glóbulos de gordura (ROÇA, 2000).<br />
Embutidos emulsionados ou escaldados são produtos cárneos elaborados com carne<br />
crua, tecidos graxos e água potável. O problema de sua fabricação consiste na perfeita<br />
homogeinização de seus componentes de maneira que, após o aquecimento não se produza a<br />
separação dos ingredientes de modo a imprimir ao produto adequada consistência ao corte.<br />
Devido a este fato, a fixação da água, a estabilização das gorduras e a estrutura formada são<br />
processos decisivos na fabricação de embutidos emulsionados (FISCHER, 1994).<br />
As emulsões geralmente são instáveis se não possuírem outro composto como agente<br />
emulsionante ou estabilizante. Quando a gordura entra em contato com a água, existe uma<br />
grande tensão interfacial entre ambas fases. Os agentes emulsionantes atuam reduzindo esta<br />
tensão e permitindo a formação de uma emulsão com menor energia interna, aumentando<br />
portanto sua estabilidade. Os agentes emulsionantes tem afinidade tanto pela água como pela<br />
gordura. As porções hidrofílicas de tais moléculas tem afinidade pela água e as porções<br />
hidrofóbicas tem mais afinidade pela gordura. Se existe quantidade suficiente de agente<br />
emulsionante, este formara uma capa continua entre as duas fases, estabilizando, portanto a<br />
emulsão (ROÇA, 2000).<br />
A eficácia emulsificante das proteínas e, em última análise, a estabilidade da emulsão<br />
cárnea, depende tanto do pH da carne como da quantidade de sal empregada na formulação.<br />
Se o pH situa-se acima de 5,7 e o conteúdo de sal supera a concentração de 4%, seja<br />
separadamente ou em combinação, melhora-se a eficácia das proteínas miofibrilares<br />
(ORDÓÑEZ et al., 2005).<br />
Os fatores que influenciam na estabilidade e formação da emulsão dependerão da<br />
quantidade de gordura adicionada, sendo esta dependente da temperatura, do tamanho da<br />
partícula de gordura, pH, quantidade e tipo de proteína solúvel e da viscosidade da emulsão<br />
(PARDI et al., 2001).<br />
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