História do Brasil

IX – REPÚBLICA VELHA: IMPLANTAÇÃO E
CONSOLIDAÇÃO
A ABOLIÇÃO
Vimos no capitulo anterior que o tráfico dos escravos Foi
abolido em 1850. Isto Bastaria para inviabilizar, em
médio prazo, a escravidão no país. Além disso, em 1871
foi aprovada a Lei do Ventre Livre, pela qual o filho
dede cravos nascidos a partir daquela data sejam livre se
e, em 1885 foi aprovada a Lei do Sexagenário, dando
liberdade aos escravos com mais de 60 anos. Assim,
tentava-se acabar com a escravidão pela via legal.
Bastariam estas leis para acabar com a escravidão no
país. A Lei Áurea de 1888 apenas apressou o processo.
Apontamos ainda no capitulo anteriores, outros fatores
que minaram a instituição escravista o maior custo dessa
mão de obra quando comparada com o trabalho livre e a
imigração. A Guerra do Paraguai também contribuiu
para colocar fim na escravidão. Numerosos escravos e ex
escravos lutaram nas fileiras das forças vitoriosas ira
guerra. O número de negros era considerável nas fileiras
do Exército. Os nossos soldados conviveram no front
com Os aliados argentinos e Uruguaios que, além dos
republicanos, já haviam abolido a escravidão há muito.
Aos olhos dos oficiais, que passaram a ter maior
influência e prestigio 5ocial apos a guerra, a escravidão
era urna ofensa a dignidade nacional. Par isso o Exército
se recusou a colaborar na recaptura dos escravos fugidos
quando foi solicitada a sua ajuda.
As fugas dos escravos se tornaram mais constantes e
passaram a contar com a ajuda dos abolicionistas
radicais. Os Caifazes, por exemplo, um desses grupos
radicais invadia fazendas para promover fugas,
arrecadavam fundos para alforriar escravos, escondiam e
transportavam fugitivos para lugares seguros,
principalmente para os quilombos.
Os escravos sempre reagiram contra a escravidão: fugas
individuais e coletivas, assassinato de senhores e feitores
suicídios, abortos voluntários, sabotagem de bens e
equipamentos. A essa luta secular se somaram, na
segunda metade do século XIX, as forças citadas acima.
Embora os ex-escravos não recebessem nenhuma ajuda
do Estado para se integrarem a vida social livre,
extinguiu-se, ao final do século XIX, a forma de trabalho
sob a qual se constituiu a sociedade brasileira.
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