História do Brasil
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
uma luta de resistência e assimilação por três séculos,<br />
enfrentan<strong>do</strong> culturas, dialetos africanos e muitas línguas:<br />
francês, holandês, espanhol, latim, inglês, italiano,<br />
tupinambá, nheengatu. (...)<br />
De início, os portugueses encontraram aqui uma<br />
verdadeira Babel indígena. Na costa brasileira e na bacia<br />
<strong>do</strong>s rios Paraná e Paraguai, os índios pertenciam ao<br />
tronco linguístico Tupi, que reúne os Guarani, ao sul, e<br />
os Tupi, na costa, que falavam o Tupinambá ou línguas<br />
afins, mas não idênticas. Na região central <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />
encontravam-se as línguas Macro-jê.<br />
Eram tantas as línguas na bacia amazônica, que o célebre<br />
padre Antônio Vieira, em 1683, escrevia que “houve<br />
quem chamou o rio das Amazonas rio Babel”, o que lhe<br />
pareceu pouco “porque na Torre de Babel, como diz São<br />
Jerônimo, houve somente setenta e duas línguas, e as que<br />
se falam no rio das Amazonas são tantas e tão diversas,<br />
que se lhes não sabe o nome, nem o número”. Do contato<br />
entre missionários, índios Tupi missiona<strong>do</strong>s e<br />
acultura<strong>do</strong>s, e não-índios, surgiram as línguas gerais, ou<br />
seja, comuns a diferentes grupos, ten<strong>do</strong> como base a<br />
língua <strong>do</strong> tronco Tupi — a língua geral paulista (ou <strong>do</strong><br />
Sul) e a língua geral amazônica. Ao final <strong>do</strong> século<br />
XVII, os jesuítas e missionários de outras ordens<br />
difundiram, na Amazônia, o Tupinambá, fala<strong>do</strong> pelos<br />
índios da região que vai <strong>do</strong> litoral <strong>do</strong> Maranhão até a foz<br />
<strong>do</strong> Tocantins. O Tupinambá, sob a influência de outras<br />
línguas da área, e da ação <strong>do</strong>s caboclos, deu origem ao<br />
nheengatu, a língua geral amazônica.<br />
VILLALTA, Luiz Carlos. Unia Babel colonial. In: NOSSA HISTÓRIA. São<br />
Paulo: Vera Cruz, ano 1, n. 5, mar. 2004. p. 58.<br />
VESTIBULAR/ENEM<br />
01. (UNIFENAS — MG) A sociedade açucareira está na<br />
base de formação da sociedade brasileira.<br />
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que não se refere<br />
à sociedade da cana-de-açúcar <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> colonial<br />
brasileiro:<br />
a) Sociedade agrária e escravista.<br />
b) Sociedade organizada em torno de um complexo<br />
forma<strong>do</strong> pela casa-grande, capela e senzala.<br />
c) Sociedade patriarcal, centrada no poder <strong>do</strong> chefe da<br />
família rural.<br />
d) Sociedade em que o senhor de engenho desfrutava<br />
<strong>do</strong> poder político, econômico e militar.<br />
e) Sociedade de grande mobilidade social, na qual era<br />
frequente passar de um grupo para o outro.<br />
02. (FCMMG) Leia o texto abaixo.<br />
“Se vamos à essência da nossa formação, veremos que<br />
na realidade nos constituímos para fornecer açúcar,<br />
tabaco, alguns outros gêneros, mais tarde, ouro e<br />
diamantes; depois algodão e, em seguida, café para o<br />
comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal<br />
objetivo, objetivo exterior, volta<strong>do</strong> para fora <strong>do</strong> país e<br />
sem atenção a considerações que não tossem o interesse<br />
daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a<br />
economia brasileiras.”<br />
PRADO JÚNIOR, caia. Formação da <strong>Brasil</strong> Contemporâneo. 13. ed. São Pauto:<br />
<strong>Brasil</strong>iense, 1973. p. 25.<br />
O texto acima nos permite perceber:<br />
a) a transposição da estrutura social européia para as<br />
áreas de colonização ibérica na América.<br />
b) a articulação da colonização portuguesa na América<br />
com a questão da acumulação de capital na área<br />
central, isto é, na Europa Ocidental.<br />
c) a constituição de um forte merca<strong>do</strong> interno na área<br />
da colonização portuguesa, em decorrência da<br />
influência europeia.<br />
d) a relação existente entre a colonização espanhola na<br />
América e o processo de consolidação <strong>do</strong><br />
feudalismo na Europa Ocidental.<br />
03. (UFPE) Na opinião <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r Caio Pra<strong>do</strong> Jr.,<br />
to<strong>do</strong> povo tem na sua evolução, vista à distância, um<br />
certo senti<strong>do</strong>. Este se percebe não nos pormenores de sua<br />
história, mas no conjunto de fatos e acontecimentos<br />
essenciais.<br />
Assinale a alternativa que corresponde ao “senti<strong>do</strong>” da<br />
colonização portuguesa no <strong>Brasil</strong>.<br />
a) A colonização se estabeleceu dentre os padrões de<br />
povoamento e expansão religiosa.<br />
b) A colonização foi um fato isola<strong>do</strong>, portanto uma<br />
aventura que não teve continuidade.<br />
c) A colonização foi o resulta<strong>do</strong> da expansão marítima<br />
<strong>do</strong>s países da Europa e, desde o seu início, constituise<br />
numa sociedade de europeus sem nenhuma<br />
miscigenação.<br />
d) A colonização portuguesa teve, desde ce<strong>do</strong>, o<br />
objetivo de criar um merca<strong>do</strong> nacional no <strong>Brasil</strong>.<br />
04. (PUC — MG) A família patriarcal foi o modelo de<br />
organização social <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> Colônia. Sobre ela, é correto<br />
afirmar, exceto:<br />
a) A esposa deveria acatar as ordens <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>,<br />
administrar a casa e educar cristãmente os filhos.<br />
b) O senhor poderia se servir sexualmente das escravas,<br />
consideradas “território <strong>do</strong> prazer”.<br />
49