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História do Brasil

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deputa<strong>do</strong>s retira o apoio ao Primeiro Ministro, cal o<br />

governo. No <strong>Brasil</strong> dava-se ao contrário: era o executivo<br />

que fazia o legislativo. O impera<strong>do</strong>r, usan<strong>do</strong> as<br />

atribuições <strong>do</strong> Poder Modera<strong>do</strong>r, escolhia o Primeiro<br />

Ministro e este convocava novas eleições, compon<strong>do</strong><br />

uma câmara de deputa<strong>do</strong>s que o apoiasse. As eleições<br />

eram fraudulentas. Para garantir o resulta<strong>do</strong> eleitoral que<br />

convinha no momento, quem estava no poder cuidava de<br />

mudar, nas províncias, os ocupantes <strong>do</strong>s principais<br />

cargos, desde os presidentes provinciais ate funcionários<br />

e, evidentemente, o chefe da polícia. Desta forma, o<br />

impera<strong>do</strong>r mudava a composição <strong>do</strong> parlamento<br />

escolhen<strong>do</strong> um Primeiro Ministro <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> que estava<br />

na oposição. Este tratava de fabricar a necessária maioria<br />

parlamentar. Percebe-se que o impera<strong>do</strong>r era o<br />

verdadeiro árbitro da política nacional.<br />

Em marco de 1841, D. Pedro II dissolveu o ministério<br />

liberal, que havia conquista<strong>do</strong> o poder com o golpe da<br />

maioridade, e nomeou um ministro conserva<strong>do</strong>r. O novo<br />

gabinete restaurou o antigo Conselho e centralizou todas<br />

as atividades judiciais e policiais no Ministério da Justiça<br />

Com isto restringia mais ainda a autonomia das<br />

províncias, aumentan<strong>do</strong> o poder <strong>do</strong> governo central<br />

Contra este ato centraliza<strong>do</strong>r, as províncias de São Paulo<br />

e de Minas Gerais se rebelaram (1842). A revolta foi<br />

violentamente reprimida e, nina vez sufocada, D Pedro II<br />

dissolveu o ministério conserva<strong>do</strong>r e chamou novamente<br />

os liberais para formarem o gabinete. Revezavam-se,<br />

assim, no poder Os representantes das classes<br />

<strong>do</strong>minantes.<br />

O último ato de rebeldia contra o poder central,<br />

encerran<strong>do</strong> o ciclo revolucionário inicia<strong>do</strong> sem a<br />

Revolução Pernambucana de 1817, se deu também em<br />

Pernambuco: a praieira 1848.<br />

A Revolução Praieira<br />

A fértil Zona da Mata estava, desde os tempos da<br />

calúnia, <strong>do</strong>minada por vastos latifúndios que se<br />

encontravam nas mãos duas ou três famílias, entre elas<br />

os poderosos Cavalcanti. Estavam to<strong>do</strong>s, pequenos<br />

proprietários, trabalha<strong>do</strong>res livres, profissionais liberais<br />

submeti<strong>do</strong>s a esses grandes latifundiários.<br />

Da mesma forma no plano nacional, na província,<br />

liberais e conserva<strong>do</strong>res se revezavam no poder. Havia<br />

um grupo político forma<strong>do</strong> por antigos liberais radicais<br />

de tendências democráticas, que não se enquadrava em<br />

nenhum <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s oficias esse grupo era conheci<strong>do</strong><br />

como Parti<strong>do</strong> da Praia por reunir-se na sede <strong>do</strong> Diário<br />

Novo (localiza<strong>do</strong> na Rua da Praia na cidade <strong>do</strong> Recife),<br />

jornal que defendia as ideias mais radicais <strong>do</strong><br />

liberalismo.<br />

Os ventos revolucionários europeus (corria o ano de<br />

1848) chegavam a província de Pernambuco e<br />

entusiasmavam os membros mais radicais <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> da<br />

Praia. Coincidentemente, naquele ano, nas eleições para<br />

a Assembleia Provincial, setores mais modera<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Parti<strong>do</strong> da Praia obtiveram maioria e Pernambuco passou<br />

a ser governada pelo praieiro Chichorro da Gama. O<br />

governo central, temeroso que a situação se radicalizasse,<br />

manobrou para substituir o praieiro por um representante<br />

das tradicionais famílias de liberais ou conserva<strong>do</strong>res.<br />

No dia: 7 de novembro de 1848, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

capitão de artilharia Pedro Ivo Silveira, a província se<br />

rebelou contra as determinações <strong>do</strong> governo central. O<br />

Manifesto ao Mun<strong>do</strong> (assim foi chama<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento <strong>do</strong>s<br />

rebeldes praieiros), lança<strong>do</strong> em janeiro de 1849, exigia<br />

voto universal, liberdade de imprensa, o fim <strong>do</strong> Poder<br />

Modera<strong>do</strong>r de D. Pedro II, o direito ao trabalho livre.<br />

Apoia<strong>do</strong>s pela população pobre urbana, pelos negros<br />

libertos e pelos mascates, soman<strong>do</strong> quase <strong>do</strong>is mil<br />

homens, os praieiros resistiram ao cerco das forcas <strong>do</strong><br />

poder central por vários meses Em mato de 1850 as<br />

forças <strong>do</strong> governo imperial conseguiram <strong>do</strong>minar os<br />

rebeldes. Ainda assim, o capitão Pedro Ivo, comandan<strong>do</strong><br />

um grupo guerrilheiro no interior, conseguiu resistir por<br />

mais alguns meses com a derrota da Praieira completavase<br />

a obra centraliza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> governo imperial.<br />

A Política Externa<br />

Conflitos na Região da Prata: a Campanha<br />

Contra Rosas e Oribe<br />

A bacia <strong>do</strong> rio da Prata era de especial interesse para a<br />

política externa brasileira: queríamos que se mantivesse<br />

o direito de livre navegação nos rios desta bacia<br />

hidrográfica. Isto provocou conflitos com uruguaios,<br />

argentinos e paraguaios, levan<strong>do</strong> o <strong>Brasil</strong> a realizar<br />

várias intervenções militares na região.<br />

Buenos Aires era o principal porto da bacia da Prata<br />

desde os tempos coloniais. o produto transporta<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong>s rios Paraná, Paraguai e Uruguai tinha que<br />

passar por Buenos Aires, o que lhe dava um verdadeiro<br />

monopólio sobre o comércio da região. Isto gerou nos<br />

grupos <strong>do</strong>minantes deste porto pretensões políticas<br />

hegemônicas, provocan<strong>do</strong> conflito entre as províncias<br />

argentinas e Buenos Aires: os caudilhos regionais não<br />

concordavam coma exploração e o <strong>do</strong>mínio que a capital<br />

exercia sobre as províncias.<br />

A tensão se agravou, no Uruguai, estourou a guerra civil<br />

entre Cobra<strong>do</strong>s e Blancos Tanto o <strong>Brasil</strong>, como a<br />

Argentina, interviram no conflito interno uruguaio. O<br />

<strong>Brasil</strong> apoiou os Cobra<strong>do</strong>s, que eram lidera<strong>do</strong>s por<br />

Frutuoso Rivera (representante <strong>do</strong>s comerciantes de<br />

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