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História do Brasil

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Mourão Filho, que o teriam forja<strong>do</strong> para instituir no<br />

<strong>Brasil</strong> um regime forte e ditatorial sob a direção de<br />

Getúlio Vargas. Apesar das incertezas, as evidências<br />

históricas apontam para o uso político <strong>do</strong> obscuro plano<br />

para que Vargas continuasse no poder.<br />

Vocabulário histórico<br />

Lei de Segurança Nacional<br />

Também conhecida como “lei Monstro”, definia crimes<br />

contra a ordem social e política e suspendia direitos<br />

constitucionais. Estabelecida em 1935, a principal<br />

finalidade da lei era transferir para uma legislação<br />

especial os crimes contra a segurança <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

submeten<strong>do</strong>-os a um regime mais rigoroso. Sua<br />

aplicação foi reforçada em 1936, quan<strong>do</strong> foi instituí<strong>do</strong><br />

um tribunal de segurança civil e militar, o Tribunal de<br />

Segurança Nacional, que Julgava processos contra os<br />

indivíduos considera<strong>do</strong>s subversivos e suspeitos de<br />

ameaçar a Integridade nacional.<br />

O Esta<strong>do</strong> Novo<br />

O Golpe de 1937<br />

A divulgação <strong>do</strong> Plano Cohen serviu de justificativa para<br />

o enrijecimento <strong>do</strong> regime de Vargas. No dia 10 de<br />

novembro de 1937, foi publicada no Diário Oficial da<br />

União uma nova Constituição, redigida por Francisco<br />

Campos. Esse conjunto de leis legitimou a permanência<br />

de Vargas no poder, suspendeu as eleições, previstas<br />

para o ano seguinte, e colocou na ilegalidade as<br />

associações e os parti<strong>do</strong>s políticos.<br />

No mesmo dia da divulgação da nova Constituição, à<br />

noite, em transmissão radiofônica , Vargas anunciou a<br />

implantação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, nome que recebeu a<br />

ditadura que se iniciava no país. De acor<strong>do</strong> com alguns<br />

estudiosos desde a Lei de Segurança Nacional de 1935,<br />

reforçada em 1938 e 1942, arquitetava-se um modelo de<br />

governo inspira<strong>do</strong> em regimes fortes, conserva<strong>do</strong>res e<br />

autoritários.<br />

O Esta<strong>do</strong> Novo vigorou de 1937 a 1945. Algumas<br />

características foram ura determinantes durante esse<br />

perío<strong>do</strong>.<br />

• Centralização política, O poder <strong>do</strong> presidente da<br />

república foi amplia<strong>do</strong>, enquanto a autonomia <strong>do</strong> Poder<br />

Executivo <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s e municípios foi restringida, O<br />

governo central nomeou interventores para os esta<strong>do</strong>s,<br />

que deviam governar de acor<strong>do</strong> com as orientações <strong>do</strong><br />

presidente.<br />

• Intervenção econômica, O Esta<strong>do</strong> criou instrumentos<br />

de intervenção na economia nacional, por exemplo,<br />

fundan<strong>do</strong> empresas estatais.<br />

• Corporativismo. Inspira<strong>do</strong> no fascismo italiano, esse<br />

sistema previa a participação de representantes de classe<br />

(empresários e trabalha<strong>do</strong>res), nomea<strong>do</strong>s pelas<br />

respectivas associações, para participar da vida política<br />

nacional.<br />

A criação desses mecanismos resultou no fortalecimento<br />

<strong>do</strong> governo federal, em especial <strong>do</strong> presidente, que se<br />

colocava acima <strong>do</strong>s interesses de classe e das instituições<br />

de representação política.<br />

Repressão, censura e propaganda<br />

Com a extinção <strong>do</strong>s direitos democráticos, a vida<br />

partidária e eleitoral foi suspensa. Até mesmo antigos<br />

alia<strong>do</strong>s, como os integralistas, foram coloca<strong>do</strong>s na<br />

Ilegalidade em 1838. Ao reprimir os integralistas, o<br />

governo ditatorial mandava sua mensagem: toda e<br />

qualquer atividade ou agremiação política estava<br />

terminantemente proibida, independente de sua natureza<br />

Ideológica.<br />

Durante o Esta<strong>do</strong> Novo, Getúlio Vargas prosseguiu com<br />

a repressão política, aprimoran<strong>do</strong> os méto<strong>do</strong>s e os<br />

mecanismos repressivos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong> seu<br />

governo. Para isso, instituiu uma polícia secreta,<br />

responsável por vigiar e reprimir descontentes ou<br />

opositores <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo. Além disso, criou um<br />

importante órgão institucional de censura e propaganda,<br />

o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),<br />

responsável pela formação de uma ampla opinião pública<br />

em favor <strong>do</strong> regime [<strong>do</strong>c. 11].<br />

DIP<br />

O Departamento de Imprensa e Propaganda foi cria<strong>do</strong><br />

em 1938 subordina<strong>do</strong> diretamente à presidência da<br />

república. O bacharel em direito e jornalista Lourival<br />

Fontes chefiou o órgão de 1937 a 1942 e recebeu apoio<br />

de importantes intelectuais <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> como Cândi<strong>do</strong><br />

Mota Filho e Cassiano Ricar<strong>do</strong>. As atribuições <strong>do</strong> DIP<br />

eram principalmente:<br />

• Controlar e exercer a propaganda <strong>do</strong> regime<br />

estabeleci<strong>do</strong> [<strong>do</strong>c. 2].<br />

• Promover manifestações cívicas e culturais.<br />

• Exercer a censura sobre a imprensa e os meios de<br />

comunicação em geral.<br />

• Promover exposições demonstrativas das atividades <strong>do</strong><br />

governo.<br />

• Produzir e divulgar o noticiário oficial.<br />

O DIP aju<strong>do</strong>u a afirmar o projeto político-ideológico de<br />

Vargas: filtrava e censurava qualquer produto, ideário,<br />

posição ou notícia desfavorável ao governo veiculan<strong>do</strong><br />

uma imagem sempre positiva <strong>do</strong> dita<strong>do</strong>r e de suas<br />

realizações.

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