História do Brasil
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
104<br />
Congresso, prenden<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong>s e sena<strong>do</strong>res e laçan<strong>do</strong><br />
um manifesto a nação se justifican<strong>do</strong>. Mas a reação ao<br />
golpe foi forte nos Esta<strong>do</strong>s, na Marinha e no próprio<br />
Exercito Diante disso renunciou no dia 23, de novembro<br />
de 1891, passan<strong>do</strong> o governo para as mãos <strong>do</strong> marechal<br />
Floriano Peixoto.<br />
O Governo de Floriano Peixoto<br />
For durante o governo Floriano que se deu a<br />
consolidação das instituições republicanas. As<br />
contestações ao novo regime foram sufocadas com mão<br />
de ferro pelo marechal.<br />
Um <strong>do</strong>s primeiros atos <strong>do</strong> novo governo for restaurar os<br />
direitos <strong>do</strong> legislativo, suspenden<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de sítio<br />
decreta<strong>do</strong> por Deo<strong>do</strong>ro. Logo em seguida Floriano<br />
derrubou os presidentes de esta<strong>do</strong>s (governa<strong>do</strong>res) que<br />
haviam apoia<strong>do</strong> Deo<strong>do</strong>ro e os substituiu por políticos de<br />
sua confiança.<br />
Floriano atendeu a interesses das baixas camadas sociais<br />
urbanas (emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> comércio, funcionários<br />
públicos, consumi<strong>do</strong>res em geral e o nascente operana<strong>do</strong>)<br />
<strong>do</strong> Rio de Janeiro Isto deu ao governo Floriano um<br />
caráter popular e por isso ficou conheci<strong>do</strong> como<br />
Republica Jacobina (referência 1 Revolução Francesa)<br />
Desde o inicio <strong>do</strong> seu governo Floriano enfrentou<br />
oposições. Alegou-se que o seu mandato era<br />
inconstitucional, pois não haviam decorri<strong>do</strong> <strong>do</strong>is anos da<br />
posse de Deo<strong>do</strong>ro, condição prescrita pela constituição<br />
para o vice assumir.<br />
Um motim, lidera<strong>do</strong> pelo sargento Silvino Mace<strong>do</strong>,<br />
mostrou que Floriano não tinha apoio unânime nem<br />
dentro <strong>do</strong> Exército.<br />
Em fevereiro de 1893, estourou no Rio Grande <strong>do</strong> Sul a<br />
Revolução Federalista: os maragatos, partidários <strong>do</strong><br />
império, contra os pica-paus, partidários <strong>do</strong> republica.<br />
Quase ao mesmo tempo, e conectada a Revolução<br />
Federalista, estourou a Revolta da Armada (marinha),<br />
que era controlada por partidários da monarquia. Os<br />
oficiais monarquistas <strong>do</strong>minaram os navios de guerra e<br />
bombardearam a capital da república. A dupla rebelião<br />
(da Armada e Federalista) foi esmagada com energia<br />
pelo marechal de ferro.<br />
Floriano, contra a vontade <strong>do</strong>s seus partidários que<br />
queriam a sua permanência no poder, entregou o governo<br />
ao presidente eleito Prudente de Morais, membro da<br />
oligarquia cafeeira paulista.<br />
A República Oligárquica<br />
Prudente de Morais, para completar a obra de pacificação<br />
<strong>do</strong> país, aceitou a colaboração <strong>do</strong>s elementos florianistas,<br />
apesar de ser hostiliza<strong>do</strong> pelos partidários <strong>do</strong> marechal.<br />
Prudente enfrentou ainda nina <strong>do</strong>s maiores rebeliões<br />
populares da historia nacional a Guerra de Canu<strong>do</strong>s.<br />
Trataremos desse episodio no próximo capitulo.<br />
Prudente, depois de pacificar o sul <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />
ensanguenta<strong>do</strong> pela Revolução Federalista, e sufocar a<br />
rebelião <strong>do</strong> Canu<strong>do</strong>s, tratou de consolidar o pre<strong>do</strong>mínio<br />
político da oligarquia paulista planejan<strong>do</strong> a sua sucessão.<br />
O Governo Campo Sales e a Política <strong>do</strong>s<br />
Governa<strong>do</strong>res<br />
Campos Salles construiu mecanismos políticos que<br />
garantiram a continuidade no poder da oligarquia<br />
cafeeira ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> como República<br />
Velha.<br />
Esse mecanismo político ficou conheci<strong>do</strong> como Política<br />
<strong>do</strong>s Governa<strong>do</strong>res. Basicamente, da consistia em nina<br />
aliança entre os governos estaduais e o governo federal.<br />
Esta aliança garantia o apoio <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> e da Câmara <strong>do</strong>s<br />
deputa<strong>do</strong>s ao governo federal. Em troca o governo<br />
federal dava to<strong>do</strong> o apoio à oligarquia que estivesse no<br />
poder nos esta<strong>do</strong>s, inclusive impedin<strong>do</strong> a posse de<br />
deputa<strong>do</strong>s eleitos pela oposição usan<strong>do</strong> a Comissão <strong>do</strong><br />
Reconhecimento <strong>do</strong> Poder. Nomeações, verbas, obras e<br />
demais medidas <strong>do</strong> governo federal só se faziam<br />
orientadas pelos interesses <strong>do</strong>s poderes oligárquicos<br />
regionais.<br />
Por sua vez, o poder estadual dependia <strong>do</strong> apoio <strong>do</strong>s<br />
“coronéis”, grandes fazendeiros que controlavam os<br />
votos de nina região (isto era feito por meio de favores,<br />
ajuda econômica, laços de compadrio e emprego da<br />
violência, além da fraude eleitoral). As relações entre as<br />
administrações locais, controladas pelos coronéis, e a<br />
administração estadual obedeciam ao mesmo critério de<br />
trocas de favores.<br />
Como Os cargos políticos eram eletivos, os esta<strong>do</strong>s com<br />
maior peso eleitoral, São Paulo e Minas Gerais tinham<br />
mais poder e influência. Eram justamente os<br />
representastes destes esta<strong>do</strong>s que ocupavam,<br />
sucessivamente, a presidência da República. Mineiros e<br />
paulistas se alternavam na chefia <strong>do</strong> poder executivo<br />
federal. E a isso que se denominou de Política <strong>do</strong> cafécom-leite,<br />
alusão a produção de leite de Minas e a de<br />
café de São Paulo.<br />
Joaquim Murtinho, ministro da fazenda de Campos<br />
Salles, deu inicio a uma política de saneamento<br />
econômico: retirou de circulação e queimou significativa<br />
quantia de papel-moeda para valorizar o inflaciona<strong>do</strong><br />
mil-réis, cortou despesas e aumentou a arrecadação e<br />
imposto paralisou obras públicas, incentivou a produção<br />
de café, desestimulou as atividades industriais Para<br />
Murtinho o <strong>Brasil</strong> tinha que cumprir seu papel de país