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História do Brasil

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Congresso, prenden<strong>do</strong> deputa<strong>do</strong>s e sena<strong>do</strong>res e laçan<strong>do</strong><br />

um manifesto a nação se justifican<strong>do</strong>. Mas a reação ao<br />

golpe foi forte nos Esta<strong>do</strong>s, na Marinha e no próprio<br />

Exercito Diante disso renunciou no dia 23, de novembro<br />

de 1891, passan<strong>do</strong> o governo para as mãos <strong>do</strong> marechal<br />

Floriano Peixoto.<br />

O Governo de Floriano Peixoto<br />

For durante o governo Floriano que se deu a<br />

consolidação das instituições republicanas. As<br />

contestações ao novo regime foram sufocadas com mão<br />

de ferro pelo marechal.<br />

Um <strong>do</strong>s primeiros atos <strong>do</strong> novo governo for restaurar os<br />

direitos <strong>do</strong> legislativo, suspenden<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de sítio<br />

decreta<strong>do</strong> por Deo<strong>do</strong>ro. Logo em seguida Floriano<br />

derrubou os presidentes de esta<strong>do</strong>s (governa<strong>do</strong>res) que<br />

haviam apoia<strong>do</strong> Deo<strong>do</strong>ro e os substituiu por políticos de<br />

sua confiança.<br />

Floriano atendeu a interesses das baixas camadas sociais<br />

urbanas (emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> comércio, funcionários<br />

públicos, consumi<strong>do</strong>res em geral e o nascente operana<strong>do</strong>)<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro Isto deu ao governo Floriano um<br />

caráter popular e por isso ficou conheci<strong>do</strong> como<br />

Republica Jacobina (referência 1 Revolução Francesa)<br />

Desde o inicio <strong>do</strong> seu governo Floriano enfrentou<br />

oposições. Alegou-se que o seu mandato era<br />

inconstitucional, pois não haviam decorri<strong>do</strong> <strong>do</strong>is anos da<br />

posse de Deo<strong>do</strong>ro, condição prescrita pela constituição<br />

para o vice assumir.<br />

Um motim, lidera<strong>do</strong> pelo sargento Silvino Mace<strong>do</strong>,<br />

mostrou que Floriano não tinha apoio unânime nem<br />

dentro <strong>do</strong> Exército.<br />

Em fevereiro de 1893, estourou no Rio Grande <strong>do</strong> Sul a<br />

Revolução Federalista: os maragatos, partidários <strong>do</strong><br />

império, contra os pica-paus, partidários <strong>do</strong> republica.<br />

Quase ao mesmo tempo, e conectada a Revolução<br />

Federalista, estourou a Revolta da Armada (marinha),<br />

que era controlada por partidários da monarquia. Os<br />

oficiais monarquistas <strong>do</strong>minaram os navios de guerra e<br />

bombardearam a capital da república. A dupla rebelião<br />

(da Armada e Federalista) foi esmagada com energia<br />

pelo marechal de ferro.<br />

Floriano, contra a vontade <strong>do</strong>s seus partidários que<br />

queriam a sua permanência no poder, entregou o governo<br />

ao presidente eleito Prudente de Morais, membro da<br />

oligarquia cafeeira paulista.<br />

A República Oligárquica<br />

Prudente de Morais, para completar a obra de pacificação<br />

<strong>do</strong> país, aceitou a colaboração <strong>do</strong>s elementos florianistas,<br />

apesar de ser hostiliza<strong>do</strong> pelos partidários <strong>do</strong> marechal.<br />

Prudente enfrentou ainda nina <strong>do</strong>s maiores rebeliões<br />

populares da historia nacional a Guerra de Canu<strong>do</strong>s.<br />

Trataremos desse episodio no próximo capitulo.<br />

Prudente, depois de pacificar o sul <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />

ensanguenta<strong>do</strong> pela Revolução Federalista, e sufocar a<br />

rebelião <strong>do</strong> Canu<strong>do</strong>s, tratou de consolidar o pre<strong>do</strong>mínio<br />

político da oligarquia paulista planejan<strong>do</strong> a sua sucessão.<br />

O Governo Campo Sales e a Política <strong>do</strong>s<br />

Governa<strong>do</strong>res<br />

Campos Salles construiu mecanismos políticos que<br />

garantiram a continuidade no poder da oligarquia<br />

cafeeira ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> como República<br />

Velha.<br />

Esse mecanismo político ficou conheci<strong>do</strong> como Política<br />

<strong>do</strong>s Governa<strong>do</strong>res. Basicamente, da consistia em nina<br />

aliança entre os governos estaduais e o governo federal.<br />

Esta aliança garantia o apoio <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> e da Câmara <strong>do</strong>s<br />

deputa<strong>do</strong>s ao governo federal. Em troca o governo<br />

federal dava to<strong>do</strong> o apoio à oligarquia que estivesse no<br />

poder nos esta<strong>do</strong>s, inclusive impedin<strong>do</strong> a posse de<br />

deputa<strong>do</strong>s eleitos pela oposição usan<strong>do</strong> a Comissão <strong>do</strong><br />

Reconhecimento <strong>do</strong> Poder. Nomeações, verbas, obras e<br />

demais medidas <strong>do</strong> governo federal só se faziam<br />

orientadas pelos interesses <strong>do</strong>s poderes oligárquicos<br />

regionais.<br />

Por sua vez, o poder estadual dependia <strong>do</strong> apoio <strong>do</strong>s<br />

“coronéis”, grandes fazendeiros que controlavam os<br />

votos de nina região (isto era feito por meio de favores,<br />

ajuda econômica, laços de compadrio e emprego da<br />

violência, além da fraude eleitoral). As relações entre as<br />

administrações locais, controladas pelos coronéis, e a<br />

administração estadual obedeciam ao mesmo critério de<br />

trocas de favores.<br />

Como Os cargos políticos eram eletivos, os esta<strong>do</strong>s com<br />

maior peso eleitoral, São Paulo e Minas Gerais tinham<br />

mais poder e influência. Eram justamente os<br />

representastes destes esta<strong>do</strong>s que ocupavam,<br />

sucessivamente, a presidência da República. Mineiros e<br />

paulistas se alternavam na chefia <strong>do</strong> poder executivo<br />

federal. E a isso que se denominou de Política <strong>do</strong> cafécom-leite,<br />

alusão a produção de leite de Minas e a de<br />

café de São Paulo.<br />

Joaquim Murtinho, ministro da fazenda de Campos<br />

Salles, deu inicio a uma política de saneamento<br />

econômico: retirou de circulação e queimou significativa<br />

quantia de papel-moeda para valorizar o inflaciona<strong>do</strong><br />

mil-réis, cortou despesas e aumentou a arrecadação e<br />

imposto paralisou obras públicas, incentivou a produção<br />

de café, desestimulou as atividades industriais Para<br />

Murtinho o <strong>Brasil</strong> tinha que cumprir seu papel de país

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