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História do Brasil

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Morreu envenena<strong>do</strong> pelos rivais e foi depois toma<strong>do</strong><br />

como colabora<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s brancos.<br />

A história e a memória vivem mesmo em conflito. Mas a<br />

figura de Ganga Zumba não sumiu de vez. Em 1982, por<br />

exemplo, a Escola de Samba Beija-Flor saiu no carnaval<br />

com o enre<strong>do</strong> A Constelação das Estrelas Negras — saí<br />

exatamente na ala <strong>do</strong> Ganga Zumba. Certa vez, no<br />

barracão da Escola, um componente da ala me<br />

perguntou: “quem foi este tal de Ganga Zumba?”.<br />

Respondi sem hesitar: “foi rei de Palmares”. “Mas não<br />

era o Zumbi?” — replicou. Só me restou dizer: “também,<br />

o Zumbi também”. E assim terminou a conversa em<br />

Nilópolis: Palmares teve <strong>do</strong>is reis.<br />

VAINFAS, Ronal<strong>do</strong>. Heróis e rei esqueci<strong>do</strong>s. In: NOSSA HISTÓRIA. São Paulo:<br />

Vera cruz, ano 2. n. 13, nov. 2004. p. 29-30; p. 98.<br />

VESTIBULAR/ENEM<br />

01. (UESB – 2008) A carta de Pero Vaz de Caminha<br />

retrata, entre vários outros aspectos, os objetivos<br />

econômicos da colonização <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, no contexto da<br />

política mercantilista.<br />

A alternativa que apresenta um trecho da carta que<br />

caracteriza essa política é a<br />

1) “Mostraram-lhes um papagaio par<strong>do</strong> que o Capitão<br />

traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram<br />

para aterra, como se os houvesse ali”.<br />

2) “E entraram todas as naus dentro, e ancoraram em<br />

cinco ou seis braças — ancora<strong>do</strong>uro que é tão<br />

grande e tão formoso de dentro, e tão seguro que<br />

podem ficar nele mais de duzentos navios e naus”.<br />

3) “E traziam cabaças d’água, e tomavam alguns barris<br />

que nós levávamos e enchiam-nos de água e<br />

traziam-nos aos batéis”.<br />

4) “Ora veja Vossa Alteza quem em tal inocência vive<br />

se convertera, ou não, se lhe ensinarem o que<br />

pertence à sua salvação”.<br />

5) “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata<br />

nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lhe<br />

vimos”.<br />

02. É correto afirmar que a prática da antropofagia entre<br />

algumas tribos indígenas brasileiras se devia:<br />

a) ao barbarismo daqueles povos, que não possuíam<br />

religião ou normas morais capazes de refrear seus<br />

instintos.<br />

b) à crença de que, ao devorarem os inimigos, os índios<br />

estariam incorporan<strong>do</strong> suas virtudes e qualidades.<br />

c) à influencia <strong>do</strong>s conquista<strong>do</strong>res europeus, uma vez<br />

que os índios, procuravam responder à crueldade <strong>do</strong>s<br />

brancos.<br />

d) a uma estratégia de apavorar os adversários, que<br />

ficavam com me<strong>do</strong> de combater os antropófagos.<br />

03. (PUC — MG) O enuncia<strong>do</strong> a seguir se refere a um<br />

trecho da obra de Pero de Magalhães Gândavo, escrita<br />

em 1375, no qual o cronista descrevia os hábitos <strong>do</strong>s<br />

índios da Terra de Santa Cruz.<br />

“Carece de três letras, convém a saber não se acha nela<br />

F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim<br />

não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem<br />

desordenadamente sem terem além disto conta, nem<br />

peso, rem medida”.<br />

GÂNDAVO, Pero de Magalhães de. Trata<strong>do</strong> da Terra & <strong>História</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, 12.<br />

ed. rev. e atual. Recife: FUNDAJ. Edit. Massangana, 1995. p. 100.<br />

A afirmativa de Gândavo expressa, exceto:<br />

a) a ideia <strong>do</strong> coloniza<strong>do</strong>r de que sociedades sem<br />

religião, justiça e governo, em oposição às<br />

europeias, são desordeiras.<br />

b) a visão preconceituosa e etnocêntrica <strong>do</strong> coloniza<strong>do</strong>r<br />

diante de uma cultura diferente, em tu<strong>do</strong>, da<br />

europeia.<br />

c) o espanto <strong>do</strong> português perante uma comunidade<br />

que ignora os padrões ti<strong>do</strong>s como ideais para a vida<br />

social.<br />

d) o reconhecimento de que a organização da<br />

comunidade indígena, a despeito de tantas ausências,<br />

era viável.<br />

04. (ENEM) Jean de Léry viveu na França na segunda<br />

metade <strong>do</strong> século XVI, época em que as chamadas<br />

guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No<br />

texto abaixo, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por<br />

tropas católicas.<br />

“(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós<br />

com maior frequência, tornou-se necessário que to<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>rmissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim<br />

um leito feito de um lençol ata<strong>do</strong> pelas suas duas pontas<br />

e assim fique suspenso no ar, à maneira <strong>do</strong>s selvagens<br />

americanos (entre os quais eu estive durante dez meses),<br />

o que foi imediatamente imita<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s os nossos<br />

solda<strong>do</strong>s, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia<br />

deles. Aqueles que <strong>do</strong>rmiram assim puderam confirmar o<br />

quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os<br />

vermes quanto para manter as roupas limpas (...).”<br />

Neste texto, Jean de Léry:<br />

a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio <strong>do</strong>s<br />

indígenas americanos.<br />

b) revela-se constrangi<strong>do</strong> por ter de recorrer a um<br />

inverto de “selvagens”.<br />

c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas<br />

americanas com relação aos europeus.<br />

d) valoriza o patrimônio cultural <strong>do</strong>s indígenas<br />

americanos, adaptan<strong>do</strong>-o às suas necessidades.<br />

e) valoriza os costumes <strong>do</strong>s indígenas americanos<br />

porque eles também eram persegui<strong>do</strong>s pelos<br />

católicos.<br />

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