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História do Brasil

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de federação (crise federalista). Recife foi palco de três<br />

levantes: a Setembrizada (1831), a Novembrizada (1831)<br />

e a Carneirada (1834-5).<br />

Esses levantes tenham como principais características a<br />

participação popular e uma postura nativista.<br />

Aproveita<strong>do</strong> a onda liberal e reformista <strong>do</strong> século XIX,<br />

as camadas populares e as classes médias urbanas<br />

reivindicavam seu direito de participar <strong>do</strong> poder político.<br />

A população urbana aliada aos membros <strong>do</strong> exército e<br />

aos pequenos comerciantes brasileiros protestava contra<br />

o alto custo de vida, a desvalorização da moeda (que<br />

encarecia as importações) e o controle <strong>do</strong> comércio pelos<br />

portugueses.<br />

Embora algumas dessas revoltas com a participação de<br />

escravos (ver tabela) a Revolta <strong>do</strong>s Malês (1835) foi a<br />

única a ter esse grupo como liderança e a reivindicar a<br />

abolição da escravatura em seu programa. Havia grande<br />

cuida<strong>do</strong> em não envolver escravos em revoltas.<br />

(Carvalho 1996). Mesmo contan<strong>do</strong> com partição de<br />

escravos nenhuma das outras revoltas tinha a abolição<br />

como objetivo. A revolta <strong>do</strong>s escravo malês ocorreu em<br />

Salva<strong>do</strong>r, na noite de 24 de janeiro de 1835. Reuniu<br />

cerca de quinhentos rebeldes que saíram pelas ruas e<br />

praças da cidade, procuran<strong>do</strong> atacar prisões e conquistar<br />

a adesão da população. Os rebeldes, entretanto, foram<br />

rapidamente enfrenta<strong>do</strong>s pelas forças governamentais<br />

que, atrav6s de trai<strong>do</strong>res, obtiveram informações sobre<br />

os planos de rebelião nos conflitos de rua, morreram c=a<br />

de setenta rebeldes.<br />

Embora a rebelião <strong>do</strong>s Malês durasse poucas hora,<br />

apavorou os senhores, mostran<strong>do</strong> o “perigo da<br />

concentração de tantos, escravos em Salva<strong>do</strong>r.<br />

A “segunda onda de revoltas” se deslocou para as áreas<br />

rurais, acompanhan<strong>do</strong> a descentralização <strong>do</strong> poder a<br />

partir <strong>do</strong> Mo Adicional (1834). Para Bons Fausto,... pode<br />

parecer estranho a surgimento de tantas revoltas nesse<br />

perío<strong>do</strong> já que a regência procurou dar alguma<br />

autonomia as Assembleias Provinciais e organizar a<br />

distribuição de rendas entre o governo central e as<br />

províncias. No entanto,... agin<strong>do</strong> nesse senti<strong>do</strong>, os<br />

regentes acabaram incentivan<strong>do</strong> as disputas entre elites<br />

regionais pelo controle das províncias cuja importância<br />

crescia. Além disso, a governo perdera a aura de<br />

legitimidade que, bem ou mal, tivera enquanto um<br />

impera<strong>do</strong>r esteve no trono [...]. (Fausto, 1994, p. 165)<br />

Essas revoltas regenciais se caracterizavam por serem,<br />

inicialmente, conflitos entre elites, mas se tornaram,<br />

depois, rebeliões populares. Tiveram como cenário as<br />

províncias onde pre<strong>do</strong>minava a agricultura voltada para o<br />

merca<strong>do</strong> exterior ou a pecuária, importante para o<br />

merca<strong>do</strong>.<br />

Vejamos essas revoltas:<br />

Cabanagem (1835-1840-Pará)<br />

A Cabanagem foi uma grande revolta popular, que<br />

explodiu na província <strong>do</strong> Pará. ‘Dela participaram<br />

‘pessoas vindas das camadas mais pobre da sociedade.<br />

Os cabanos, assim chama<strong>do</strong>s par morarem em ‘cabanas a<br />

beira <strong>do</strong>s rios, eram, constituí<strong>do</strong>s por negros, índios e<br />

mestiços, que trabalhavam na extração de produtos da<br />

floresta. Quase to<strong>do</strong>s viviam em esta<strong>do</strong> de absoluta<br />

miséria.<br />

Luta contra a miséria<br />

A revolta <strong>do</strong>s cabanos representava ama tentativa de<br />

modificar a situação de injustiça social da qual eram<br />

vítimas. Para isso, era necessário tornar a poder da<br />

província. A principio as cabanas foram aponta<strong>do</strong>s por<br />

fazendeiros <strong>do</strong> Pará descontentes com a política <strong>do</strong><br />

governo imperial e com a falta de autonomia da<br />

província. Os fazendeiros desejavam mandar livremente<br />

no Pará e Em janeiro de 1835, as tropas <strong>do</strong>s exportar sem<br />

barreiras, Os produtos <strong>do</strong>s cabanos conquistaram a<br />

cidade de Belém região (cacau, madeira ervas<br />

aromáticas, (capital da província) e mataram da rebelião.<br />

Boa parte <strong>do</strong>s cabanos acabarem com a escravidão,<br />

distribuir terras para o povo e matar os explora<strong>do</strong>res.<br />

Um <strong>do</strong>s lideres <strong>do</strong> movimento foi o padre Batista<br />

Campos, que costumava benzer os pedaços de pau<br />

utiliza<strong>do</strong>s come armas pelos pobres. A Cabanagem teve<br />

muitos outros lideres populares, conheci por apeli<strong>do</strong>s<br />

curiosos, como João <strong>do</strong> Mato, Domingos Onça, MÃE da<br />

Chuva Gigante <strong>do</strong> Fumo.<br />

http://www.historiazine.com/2012/01/<br />

A tomada <strong>do</strong> poder em Belém<br />

Em janeiro de 1835 as tropas <strong>do</strong>s cabanos conquistaram<br />

a cidade de Belém (capital da província) e mataram<br />

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