História do Brasil

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esses empréstimos implicavam pagamentos acrescidos dos juros, dividendos, amortizações etc. Tanto na cidade quanto no campo a vida cotidiana do povo era miserável. Os alimentos eram caros. A riqueza e o poder concentravam-se nas mãos dos grandes fazendeiros e comerciantes portugueses. Em razão de os portugueses dominarem o comercia, acabavam sendo apontados como os responsáveis pelos problemas que afligiam a população. Havia grande oposição a centralização do poder nas mãos do governo do império. As províncias queriam mais autonomia, além do direito de eleger seus próprios presidentes e mais liberdade para fixar seus próprios tributos. Duas ondas de rebeliões As rebeliões regenciais estão ligadas as dificuldades das elites política de estabelecer um sistema nacional de dominação baseado na monarquia. Para realizar seu projeto, as elites precisavam preservar a unidade territorial do país e rechaçar certas forças separatistas ou divisionistas que se organizavam nas províncias. • As revoltas que aconteceram depois do Ato adicional se estenderam ate o Segundo Reinado. (Murilo do Carvalho, 1996). PRINCIPAIS REVOLTAS 1831-1835 DURAÇÃO LOCALIZAÇÃO PARTICIPANTES PRINCIPAIS 1. Seis rebeliões 1831-32 Corte Tropa e povo 2. Setembrizada 1831 Recife Tropa 3. Novembrizada 1831 Recife Tropa 4. Abrilada 1832 Pernambuco Tropa 5. Pinto Madeira 1831-35 Ceará Tropa 6. Cabanos 1832-35 Alagoas Camponeses, índios e escravos 7. Crise Federalista 1832-33 Salvador Tropa 8. Sediação Ouro Preto 1833 Ouro Preto Tropa 9. Cameirada 1835 Recife Tropa Escravos 10. Revolta dos Malês 1835 Salvador Escravos 1835-1849 DURAÇÃO LOCALIZAÇÃO PARTICIPANTES PRINCIPAIS 84 Essas dificuldades relacionam-se as disputas dos grupos dominantes sobre o arranjo institucional mais conveniente aos seus interesses. Os temas da centralização ou descentralização polarizavam os debates políticos. Segundo o historiador José Murilo de Carvalho as revoltas regenciais, assim como outras revoltas’ ocorridas no Império, podem ser divididas em dois grandes grupos: • as revoltas que vão desde a abdicação de D. Pedro até 1835, um ano depois da promulgação do Ato adicional; Cabanagem 1835-40 Pará Camponeses, índios e escravos Farroupilha 1835-45 R. G. do Sul Estancieiros e Charqueadore s Sabinada 1837-38 Salvador Tropa e povo Baianada 1838-41 Maranhão Proprietários, camponeses e escravos Revolta Liberal 1842 S. P / R. J Proprietários Revolta Liberal 1842 Minas Gerais Proprietários Praeira 1848-49 Pernambuco Proprietários José Murilo de Carvalho. A construção da ordem. A “primeira onda de revoltas” traduziu inquietação da população urbana nas principais capitais do império, tendo como protagonistas a tropa e o povo, isto é, os homens livres. Com exceção das capitais das províncias do Piauí e Santa Catarina, todas as outras foram cenário de levantes. Na cidade do Rio de Janeiro capital do Império a agitação foi mais intensa: houve cinco levantes entre 1831 e 1832. Em Salvador, os seis levantes Ocorridos em 1832 tinham como bandeira uma proposta
de federação (crise federalista). Recife foi palco de três levantes: a Setembrizada (1831), a Novembrizada (1831) e a Carneirada (1834-5). Esses levantes tenham como principais características a participação popular e uma postura nativista. Aproveitado a onda liberal e reformista do século XIX, as camadas populares e as classes médias urbanas reivindicavam seu direito de participar do poder político. A população urbana aliada aos membros do exército e aos pequenos comerciantes brasileiros protestava contra o alto custo de vida, a desvalorização da moeda (que encarecia as importações) e o controle do comércio pelos portugueses. Embora algumas dessas revoltas com a participação de escravos (ver tabela) a Revolta dos Malês (1835) foi a única a ter esse grupo como liderança e a reivindicar a abolição da escravatura em seu programa. Havia grande cuidado em não envolver escravos em revoltas. (Carvalho 1996). Mesmo contando com partição de escravos nenhuma das outras revoltas tinha a abolição como objetivo. A revolta dos escravo malês ocorreu em Salvador, na noite de 24 de janeiro de 1835. Reuniu cerca de quinhentos rebeldes que saíram pelas ruas e praças da cidade, procurando atacar prisões e conquistar a adesão da população. Os rebeldes, entretanto, foram rapidamente enfrentados pelas forças governamentais que, atrav6s de traidores, obtiveram informações sobre os planos de rebelião nos conflitos de rua, morreram c=a de setenta rebeldes. Embora a rebelião dos Malês durasse poucas hora, apavorou os senhores, mostrando o “perigo da concentração de tantos, escravos em Salvador. A “segunda onda de revoltas” se deslocou para as áreas rurais, acompanhando a descentralização do poder a partir do Mo Adicional (1834). Para Bons Fausto,... pode parecer estranho a surgimento de tantas revoltas nesse período já que a regência procurou dar alguma autonomia as Assembleias Provinciais e organizar a distribuição de rendas entre o governo central e as províncias. No entanto,... agindo nesse sentido, os regentes acabaram incentivando as disputas entre elites regionais pelo controle das províncias cuja importância crescia. Além disso, a governo perdera a aura de legitimidade que, bem ou mal, tivera enquanto um imperador esteve no trono [...]. (Fausto, 1994, p. 165) Essas revoltas regenciais se caracterizavam por serem, inicialmente, conflitos entre elites, mas se tornaram, depois, rebeliões populares. Tiveram como cenário as províncias onde predominava a agricultura voltada para o mercado exterior ou a pecuária, importante para o mercado. Vejamos essas revoltas: Cabanagem (1835-1840-Pará) A Cabanagem foi uma grande revolta popular, que explodiu na província do Pará. ‘Dela participaram ‘pessoas vindas das camadas mais pobre da sociedade. Os cabanos, assim chamados par morarem em ‘cabanas a beira dos rios, eram, constituídos por negros, índios e mestiços, que trabalhavam na extração de produtos da floresta. Quase todos viviam em estado de absoluta miséria. Luta contra a miséria A revolta dos cabanos representava ama tentativa de modificar a situação de injustiça social da qual eram vítimas. Para isso, era necessário tornar a poder da província. A principio as cabanas foram apontados por fazendeiros do Pará descontentes com a política do governo imperial e com a falta de autonomia da província. Os fazendeiros desejavam mandar livremente no Pará e Em janeiro de 1835, as tropas dos exportar sem barreiras, Os produtos dos cabanos conquistaram a cidade de Belém região (cacau, madeira ervas aromáticas, (capital da província) e mataram da rebelião. Boa parte dos cabanos acabarem com a escravidão, distribuir terras para o povo e matar os exploradores. Um dos lideres do movimento foi o padre Batista Campos, que costumava benzer os pedaços de pau utilizados come armas pelos pobres. A Cabanagem teve muitos outros lideres populares, conheci por apelidos curiosos, como João do Mato, Domingos Onça, MÃE da Chuva Gigante do Fumo. http://www.historiazine.com/2012/01/ A tomada do poder em Belém Em janeiro de 1835 as tropas dos cabanos conquistaram a cidade de Belém (capital da província) e mataram 85
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