História do Brasil
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SOLAS (COURO)<br />
PAU BRASIL<br />
201:800$000 réis<br />
48:00$000 réis<br />
Se Antonil escrevesse no final <strong>do</strong> século XVIII, ele<br />
observaria a manutenção <strong>do</strong> açúcar em primeiro lugar na<br />
pauta de exportações, uma vez que, durante to<strong>do</strong> o<br />
Perío<strong>do</strong> Colonial, ele foi o principal produto agrícola de<br />
exportação <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />
Entre 1796 e 1811, esse produto foi responsável por 35%<br />
das exportações brasileiras. A renda média gerada pela<br />
agromanufatura <strong>do</strong> açúcar, inclusive no século XVIII, o<br />
chama<strong>do</strong> “século <strong>do</strong> ouro”, foi maior <strong>do</strong> que a de<br />
qualquer outro setor da economia colonial.<br />
22<br />
Mineração de ouro e diamantes - nas regiões Sudeste e<br />
Centro-Oeste, a mineração de ouro e diamantes, embora<br />
em declínio desde o último quartel <strong>do</strong> século XVIII, se<br />
manteve como atividade <strong>do</strong>minante nessas regiões.<br />
Entretanto, a população da Capitania de Minas Gerais<br />
continuou a ser a maior da Colônia. A respeito das<br />
transformações socioeconômicas ocorridas nessa<br />
capitania, o historia<strong>do</strong>r Bons Fausto escreveu:<br />
“Os da<strong>do</strong>s de população da Capitania de Minas,<br />
levanta<strong>do</strong>s em 1776, mostram a esmaga<strong>do</strong>ra presença de<br />
negros e mulatos. Dos cerca de 320.000 habitantes, os<br />
negros representavam 52,2%; os mulatos, 25,7%; e os<br />
brancos, 22,1%. Ao longo <strong>do</strong>s anos, houve intensa<br />
mestiçagem de raças, cresceu a proporção de mulheres,<br />
que em 1776 era de 38% <strong>do</strong> total, e ocorreu um<br />
fenômeno cuja interpretação é um ponto de controvérsia<br />
entre os historia<strong>do</strong>res: o grande número de alforrias, ou<br />
seja, de libertação de escravos. Para se ter uma ideia da<br />
sua extensão, enquanto nos anos 1735-1749 os libertos<br />
representavam menos de 1,4% da população de<br />
descendência africana, em torno de 1786 passaram a ser<br />
41,4% dessa população e 34% <strong>do</strong> número total de<br />
habitantes da capitania. A hipótese mais provável para<br />
explicar a magnitude dessas proporções (...) é de que a<br />
progressiva decadência da mineração tornou<br />
desnecessária ou impossível para muitos proprietários a<br />
posse de escravos.”<br />
FAUSTO, Boris. <strong>História</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de<br />
São Paulo, 1995. p. 102 e 105.<br />
.<br />
Tabaco e algodão - Na Região Nordeste destacava-se,<br />
além da agromanufatura <strong>do</strong> açúcar, a produção de tabaco<br />
e algodão. O primeiro, ao longo <strong>do</strong> Perío<strong>do</strong> Colonial, foi<br />
largamente utiliza<strong>do</strong> como “moeda” no tráfico de<br />
escravos, enquanto o segun<strong>do</strong> ganhou crescente<br />
importância em função <strong>do</strong> processo de industrialização,<br />
inicia<strong>do</strong> na Inglaterra a partir da década de 1780.<br />
Também nessas atividades pre<strong>do</strong>minou uma estrutura<br />
latifundiária e escravista.<br />
Setores subsidiários - Os setores subsidiários (pecuária<br />
extensiva e extrativismo das “drogas” amazônicas)<br />
utilizavam, em grande escala, uma mão-de-obra de<br />
menor custo. Esta era proveniente, notadamente, da<br />
mestiçagem de brancos, índios e negros. Os setores<br />
subsidiários continuaram a ter, no final <strong>do</strong> século XVIII,<br />
uma importância relativa no contexto da economia<br />
colonial. Com o declínio da extração de ouro e<br />
diamantes, a pecuária em Minas Gerais, Mato Grosso e<br />
Goiás expandiram-se e, já no século XIX, tornou-se a<br />
atividade pre<strong>do</strong>minante, aceleran<strong>do</strong> as lutas contra os<br />
povos indígenas e a consolidação de uma estrutura<br />
latifundiária, assim como já ocorrera no Sertão<br />
Nordestino e no extremo-sul.<br />
Comércio interno - Quanto ao comércio interno, vale<br />
destacar a articulação que ele propiciou entre os vários<br />
polos econômicos. Ao mesmo tempo, desenvolveu-se um<br />
comércio ambulante em muitas cidades coloniais, com<br />
destaque para São Paulo e Rio de janeiro, realiza<strong>do</strong><br />
principalmente pelos “escravos de ganho” (escravos<br />
aluga<strong>do</strong>s a terceiros ou que dividiam os rendimentos<br />
auferi<strong>do</strong>s com seus senhores e que atuavam na<br />
construção civil, nos serviços <strong>do</strong>mésticos e em atividades<br />
artesanais).