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marcha da opinião nas 'camadas mais cultas da sociedade,<br />
o sanccionar com firmeza a tendencia preponderante<br />
indicada pela fria observação dos factós. Não<br />
pode entrar em. seu papel iii. tarefa de refOl"illar as<br />
opiniões. Esta augusta e solemne missão só cabe inteira<br />
e exclusivamente á philosophia . . . . . . . . . .<br />
"Êsperar que um povo ig<strong>no</strong>rante e fanatisado <strong>no</strong>s<br />
dê suas sympathias, quando se tracta dos interesses<br />
da 'outra vida, não é só uma utopia, é uma exorbitancia<br />
de psyehologia., O pOVoo não se move, porque<br />
elie está com FI', Caeta<strong>no</strong>, e não Mm<strong>no</strong>sco. Quanto<br />
a nós, não temos esperança senão na geração que<br />
hoje nasce, e, isso mesmo, si souberplos desde já aproveitl\.r<br />
as duras lições do presente,"<br />
Subscrevo todas estas palavras, que não poderia<br />
por demais elogiar, salvo um peque<strong>no</strong> descuido do<br />
illustre nacional. Ê quando ene diz que a patria metapl'l:ysica<br />
tocou ao seu apice <strong>no</strong> pobre .pamphleto <br />
ó Libello_ do Povo, e, n'outro logar, declara que ella<br />
deu apenas o seu p1'imeü'o passo. Ahi vai uma pequenina<br />
contradicção. A verdade é que este paiz está<br />
ainda mergulhado <strong>no</strong> mais pavoroso theologismo, apenas<br />
perturbado por algumas arrancadas metaphysicas de<br />
pura imitação, de lmra .copia do que vai pela Europa,<br />
D'est'arte, a sua Constituição Politica, o seu Codigo<br />
C1'iminctl, e suas leis Q1'ganicas, por parte do gO\ter<strong>no</strong>;<br />
seu Libello do Povo, suas Ca1'tas de Um. Solita1'io, suas<br />
Cartas de Emsmo, o seu Estado e a Ig1'eja de Ganganelli,<br />
por l)arte de alguns espiritos da opposição,<br />
são suas avançadas <strong>no</strong> domiuio da metaphysica, alem<br />
de alguns dos peque<strong>no</strong>s escriptos plillosophicos que<br />
tenhQ apreciado <strong>no</strong> correr d'este trabalho.<br />
O que ha de mais exacto <strong>no</strong>s pedaços escriptos<br />
pelo Dr. Pereira Barreto, em um estylo um pouco vivace,<br />
e que expuz aos olhos de meus leitores, vem' a<br />
ser a segurança com que elie absoh'e em parte o-<strong>no</strong>sso<br />
máo gover<strong>no</strong>, inculpando tamoem o trist~ povo, e as<br />
'classes ditas illustradas do paiz pelas miserias que<br />
<strong>no</strong>s deprimem. São verdades que <strong>no</strong>ssa imprensa opposicionista<br />
de todo desconhece, ou finge ig<strong>no</strong>rar,