A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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- 40 - da. identidade do concreto em si mesma; n'este caso elie é confirmativo. "0 relativo explica quando elie é a sna1yse das noções contidas na unidade concreta; n'este caso elieé explicativo. "0 relativo é determinativo quando elIe analysa a comprehensão das noções de um concreto no seu principio affirmativo. ,,0 relativo pentro de um concreto é sempre uma analyse; pois é a possibilidade de distinguir como concreto o que é objectivamente identico. ,,0 relati,'o discreto é a aptidão do multiplo para a synthese do pensamento. ,,0 relativo discreto é comprehensivo, comparativor limitativo e negativo. "0 comprehensivo é a affirmação constituida discretameDte no principio de causalidade. ,,0 comparativo é a identidade formal na multiplicidade da affirmação. ,,0 limitativo é a affirmação discreta no multiplo. ,;0 limitativo é absoluto ou relativo. ,,0 absoluto é a affirmação discreta do definido e do indefinido. "0 relativo é a affirmação discreta do mUltiplo definido. ,,0 negativo é a affirmação discreta do subjectivo e do objectivo." *) In-a! .. Desculpe-me o leitor esta transcripção tão fastidiosa; é preciso fazer comprehender toda a riqueza esteril do philosopho tonsurado. Foi com estas horribilia verba que a metaphysica por tanto tempo empeceu o progresso da sciencia. Os sondadores do absoltuto, dos quaes é o nosso um dos mai& infimos imitadores, tinham a giria da obscuridade. Empolado o verbo, a phrase enygmatica., tinham elIes, a seu vêr, todos os signaes da profundeza. E aquillo que "deixei acima está UJll pouco escoimado das escorias das paginas da Affirmação Pura. Deixaram-se *) Pago 46 e 47.
41 alii a ortbographia barbara do auctor, e as theses, (hvisões, corollarios, provas, lemmas e escholios que a acompanham. O padre Patricio é difficil de refutar, por que é difficil de lêr. Hegel disse, creio que em sua Logica, que para sêr-se bom dialectico e pensador faz-se mistér ter-se sido spinosista. O philosopho hollandez procedé pelo methodo dos esclwlios elemmas, tão apreciavel na geometria. Opino diversamente ao illustre allemão no modo de seguir o seu conselho. Dado que seja de necessidade o emprego d'aquella gymnastica para a agilidade do espirito, elle deve ser ministrado somente como exercicio. Nas obras serias, resultantes da madureza do pensamento, aquella tactica não deve apparecer. Convenho em que submettamo-nos a ella como preparação; em publico aquelles apparelhos não devem ser mostrados: como se devem retirar os andaimes depois de prompto um edificio. O padre Pa .tricio exhibe-se carregado de proposições, themas, hypotheses e corollarios... Tant piso Vejamos os fundamentos de sua theorill.. Firma-se n'este pirncipio: "o pensa~ento não é uma autonomia; mas umn. reproducção da substancia." D'esta base escolastica deduz-se a sua doutrina. Sim; o pensamento não é uma autonomia, como bem proclama o philosopho; mas- simplesmente porque é uma funcção. D'isto é que elle se esqueceu. Em 1863 ainda escreve como si esta doutrina não estivesse ganha para a sciencia. O pensamento, diz ainda o auctor, é uma reproducção da.substancia; não sei bem qual o sentido que aili se quiz prender á palavra ~'eproducção. Si o plúlosopho quiz faliar de reproducção do sujeito, o termo é. mal empregado e consequencias, que lhe são desfavoraveis, podem d'alli deduzir-se. Si quiz significar a reproducção do objecto, iremos ter á theoria das ideias imagens, ao .sensualismo, que cIle tão sanctamente esconjura. Mas, eil-o que tropeça no pantheismo e acaba por submergir-se n'elle. São Thomaz não n'o valeu. ~ •
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ERRATAS PAG. L1NH. ERROS. EMENDAS.
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