A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

Só
a adaptação ás ciicumstancias de lei alLxiliadora da
lucta pela existencia?
Pelo contexto de seu livro o nobre escriptor rerela
andar. um pouco alheio ás investigações da escola
de Darwin. pe outro modo, não viria galantear-nos
com a triste lembrança de que o materialismo não
attende ás impressões da natureza. É até UID:t das
melhores glorias da doutrina da selecção o ter dado
toda a importancia ás influeneias de tal ordem.
N'este po-nto não creio que deva estender a minha
demonstração. Qualquer dos tractados dos grandes
mestres da escola é abundantiasimo em factos demonstrativos
do muito que o Dr. Luiz Barreto anda illudido.
Elle, ao que parece, conhece e julga o systema
pela lacunosa exposição que d'elle fez Quatrefages,
bem como conhece Schopenhauer pelp livrinho de Dumontl
Mais um traço caracteristico: "Cotnprehende-se
d'este modo, diz o nosso escriptor, que para o matelialismo
a questão cifrando-se apenas em uma simples
iusufficiencia de instrucção scientifica, (?) é lhe facil
preencher a lacuna e incorporar-se no positivismo." *)
Ninguem os entende. Ao principio o auctor das
Tt'es Philosopltias, repetindo pedaços já muito conhecidos
de seus mestres, dizia que o magno engano do
materialismo era querer saber demais, indo alem da
experiencia; a.gora já lhe falta instrucção scientifica I
Isto é caracterisco, sendo dito pelo pequeno circulo
d'onde parte. O materialismo, com as profundissimas
alterações que soffreu em seu methodo e resultados,
não precisa de incorporar-se ao cadaver do positivismo.
Aparte viva e immorredoura d'este systelJla, ha muito,
elie se lh'a eneorporou, e I não faz, d'isto mysterio.
Como doutrina despreoccupada e san, não repelle os
auxilios que lhe possam vir d'este ou d'aquelle lado.
Não tendo em vista cODstituir-se em systema e mostrarse
adversario do progresso, não trepidou em apoderarse
das luzes que lhe trouxe o insigne Comte. Mas
*) Vol. 20, pago 222.