A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

lHo -
para explicar o phenomeno. *) -Bem claro é que o
auctor não nega o facto de ter o nosso planeta a forma.
elliptic.a; quanto a julgar a ellipsidade pouco pronunciada,
é uma ponderação tão fragil que pouco valor
meTece da parte de quem analysa a sua critica.
O poder só por si o movimento de rotação do
planeta explicar-lhe as depressões dos polos, me parece
um pouco difficil de conceber, na hypothese de ser
elIe um todo solido e extremamente compacto. Demais,
a celebre experieneia de Plateau, de que já falIei, derrama
aqui muita luz. Envio para elIa o Siír. do Rio
Grande.
Cita, n'este lugar, alguns auctores que combatem,
como elle. em prol da mesma negação. Entre outros,
lá vem o nome de Mr. Liais, o auctor pouco festej,ado
do magro livrinho LI. supremacia intellectual da raça
latin~, o que nada confirma, nem infirma; porquanto
tambem é sabido que os grandes espiritos que se chamaram
Leibnitz e Huyghens não aceitaram ar t~eoria
da attracção ·universal de Newton, tão geralmente acreditada
depois, e que foi o objecto de motejos d'aquelles
dous notaV'eis homens.
Quanto á prova tirada do calor crescente da
crosta ten'estre,' e que se demonstra. pelas minas,
poços artesianos e fontes thermaes, a critica que combato
ainda se ostenta mais debil e prevenida.
O auctor não contesta o facto, e nem o explica;
contenta-se com dizer, em substancia, que os estudos
a respeito não são tão geraes e profundos que noS
habilitem a tirar uma conclusão segura.**) Não basta.
Qual será-, então, a causa do phenomeno que não poude
negar? ElIe parece convir com o Barão de Cuvier
que é o sol unicamente que aquece a terra. N'este
caso, é fora de duvida, que a progressão do calor deveria
dar-se em ordem inversa, isto é,.tanto mais intenso,
quanto mais proximo á superficie.
É o que não se nota.
*) Pa.g. 15.
*'1') Pago 19.