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A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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demonstrave1. Basta lembrar que em suas indefinidas<br />

manifesta.ções. que estão ao alcance do estudo huma<strong>no</strong>,<br />

elIa sempre se transforma, mmca se aniquila. Não<br />

creio que o <strong>no</strong>bre medico ig<strong>no</strong>re a lei da transformação<br />

e da persistencia das forças. Em segundo logar, ainda.<br />

mais espantoso é vir-<strong>no</strong>s repetir que "a scieDcia não<br />

possue meio algum de saber o que é a material" N'este<br />

caso, queimem-se todos os tractados de physica e<br />

chimica, de que Comte fazia tanto apreço, e nã.o faUemos<br />

mais em classificação de scieneias,<br />

A observação e a ex})eriencia ficam sem base e<br />

sem alcance, condemnadas, como estão; â p1'iori, e il-remedia,velmente,<br />

a nada revelar da materia. Os positivistas,<br />

n'este ponto. são muitO' illgenuos. Inimigos<br />

do a. p1'io'ri, têm tambem o seu. De antemão já se<br />

sabe que com a. materia é perder tempo . .. Ora,<br />

deixem-se d'isto.<br />

Ás vezes, mudam de linguagem e declaram que a<br />

materia se pode conhecer, mas não a matm'ia mtl- si.<br />

N'este caso, recorrem a Kant, e empregam uma de<br />

suas subtilezas metaphysicas. A isto já se respondeu<br />

victoriosamente. Está hoje provado que a cousa em<br />

si ~ das Ding an sich, é um contra-senso. Diz-<strong>no</strong>s o<br />

illustre Moindron, tractando d'esta objecção: "Jamais<br />

pareille objection n'a pu légitimement être faite. Moleschott,<br />

Büchner ..., qui ig<strong>no</strong>raient encore Auguste<br />

Cemte, ont dit le cas qu'iIs faisaient de la matiere<br />

en sai, et le principe du matérialisme et de la science<br />

actuel1e, l'indissoluble union de la force et fie la matiere<br />

ainsi que leur persistence, en impliquerait la négation,<br />

s'il ne faisait tout d'abord ressol'tir combien<br />

ce terme de matiere en sai est vide de tout sens.' *)<br />

 pretenção de que o conhecimento da materia<br />

é e.xtrll,-experimental nada é me<strong>no</strong>s do que uma extravagancia.<br />

Dado mesmo que fosse verdade semelhante allegação,<br />

o proprio positivismo poder-se-hll, vangloriar<br />

de não admittir~um só dado extra-eÀ'Jlerimental?<br />

*) Z. Moindron, loco cit., pago IX.

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