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A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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pedir ideias a Kant; mas por tomar-lhe o e pirito.<br />

N'este sentido o moder<strong>no</strong> ..Es .muss auf Kant zurückgegangen<br />

werden" é verdadeiro.<br />

As tendencias philosophicas d'Allemanha. hoje se<br />

podem reduzir a tres: o pessimismo, o naturalismo<br />

monistico e o criti~ismo. () primeiro é uma continuação<br />

da metaphysica' o seglllJd( uma reacção contra<br />

elia, exageraudo-se, porém um pouco como concepção<br />

systematica; o ultimo aproveita as conquistas d'este,<br />

sendo mais li\Te e despreoccupado/')<br />

Na França o movimento philosophico apre euta<br />

tambem agora tres tendencias caracteristicas: o espiritualismo<br />

ec1ect.ico, o positivismo orthodoxo e o criticismo.<br />

O primeiro é um resto da escola de Cousin ;<br />

o outro uma reacção profunda e capital contra a<br />

metaphysica exagerando-se, por sua vez, como orgamsação<br />

systematica' o ultimo aproveita-se das conquist.as<br />

modernas e é mais justo. É o que se dá com.<br />

a Inglaterra; existe tambem alli uma tendencia critica,<br />

mlú distincta. do criticismo antigo, e onde se deparam<br />

com alguns dos primeiros <strong>no</strong>mes da sciencia moderna,<br />

como Huxley 1'yndall, Bain e Lewes.<br />

Entretanto, cert.os peque<strong>no</strong>s e emperrados positivistas<br />

brasileiros, incapazes de dar-se conta do estado<br />

.::.ctual do pensamento de taes abios, allemães e inglezes<br />

citados por ultimo cujos trabalhos de todo<br />

desconhecem. julgam que a sciencia humana e tá toda.<br />

contida <strong>no</strong> Cu~'so de Comte, e <strong>no</strong>s livros de Littré.**)<br />

*) Os promot res d'este criticismo podem-se considcrar<br />

os celebres naturalistas, dos mais conspicuos de <strong>no</strong>sso tempo'<br />

Helmboltz, Du Bois-Reymond, Virchow e C. von Nregeli. Veja-se<br />

do 10: OlJenSa1llllnto e1ll1lledicina mais .A libm'dade aeademica<br />

nas wtivcrsidades allelltãs; do 2 0 : Da<strong>no</strong>in contra Gal-iani;<br />

Historia da sciencia; .A Mstoria. da civilisação e as sciencias<br />

natu~'aes, e tambem O Ensaio sobre os limites da sciellcia;<br />

do 3 0 : A. libe~'dade da sC'iencia 110 esta.elo ?<strong>no</strong>der<strong>no</strong>; e do 4 0 :<br />

Os l'imites da sciencia. Estes escriptos sào conferencias publicas<br />

d'estes sabios em algumas cidades da Allemanha. .<br />

**) Assim me exprimindo, não me refiro ao Dr. Luiz Pereira<br />

Barreto-, cujos artigos ultimos, por exemplo, a respeito do retrogI'ado<br />

e medioél'e Conselheiro J. Bonifacio são das melllOres<br />

criticas objectivas que tenho lido n'este paiz.

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