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A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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diz que perdera os seus, mas que segurou suas convicções<br />

religiosas 'ao influxo de seus achados de psychologo.<br />

Á ninguem-é boje dado mais enganar-se com<br />

sua confissão, depois que a critica mostrou que aquillo<br />

não passou de um acháque romantico, como tantos<br />

outros da epoca.<br />

Eduardo França andava inquieto, afflicto até . ...<br />

depois o p)'ofundo Maine de Biran, que começou estoico<br />

e acabou mystico, apazigou-Ihe. o espirito! Deixou<br />

Destut de Tracy por este ultimo. Parece que o dig<strong>no</strong><br />

bahia<strong>no</strong> não leu a obra de Taine, que apesar de ter<br />

conhecimento exacto de quanto escreveram os eclecticos,<br />

continuou a ser Condiliacista; o <strong>no</strong>bre medico<br />

não leu os Philosop7ws Olassicos da Fmnça <strong>no</strong> Seculo<br />

XIX. De outro modo, teria <strong>no</strong>tado a figura minima<br />

de Maine de Biran, que ,só d'"tinguia-se por sua<br />

obscuridade, ainda mais realçada pelo abuso de expressões<br />

barbaras e enygmaticas, que o tornam de<br />

uma leitura escabrosa e fatigante. França herdou-lhe<br />

esta rheuma. Só para .significar uns dous ou tres<br />

factos, mui simples, da psychologia, dá-<strong>no</strong>s este diccionario<br />

abundante': motilidade, motividade, locabilidade;,<br />

modificabilidade, effectividade, affectividade, receptividade<br />

. " e quejandas descobertas em ade. A obra do<br />

insigne medico bem indica que teve elie por mestre o<br />

festejado methaphysico francez, oprimeiro de seu tempo,<br />

como o chamou Cousio, juiso, que, por certo, não é dos<br />

mais apropriados para elevaJ' um pensador. Todavia,<br />

aqllelle livro é muito mais dig<strong>no</strong> de ler-se do que o<br />

de Mont' Alverne, e até ó do Siir. Gonça.lves de Magalhães;<br />

encerra uma boa porção de factos e experiencias,<br />

bebida nas obras de escriptores de medecina,<br />

de incontestavel valor. O espirito que o anima é uma<br />

combinllção binaria: ideias dos eclecticos francm'.es,<br />

maximé de Ad. Garnier, e de physiologistas d'essa. escola<br />

dubia que pretende harmonisar o espiritualismo com as<br />

exigencias da biologia, sobretud9 de Longet. O seu auctor<br />

é um traosfuga do velho sensualismo metaphysico, que,<br />

cumpre <strong>no</strong>tar, dista immenso da philosophia monistica,<br />

do real'ismo scientifico dos <strong>no</strong>ssos dias.

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