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138 -<br />
Carlyle e Emerson, os dous grandes defensores das<br />
individ~talidades, não deixam de ter, em parte, alguma<br />
razão contra Buckle e Draper, os mais tenazes seguidores<br />
da ideia adversa.<br />
É certo que o Dr. Tobias Barreto obedece ás<br />
<strong>no</strong>vas tendencias dirigidas pela sciencia de seu tempo,<br />
é certo ainda que a ultima guerra allemã atirou-o <strong>no</strong>s<br />
braços da cultura germanica e transformou de todo<br />
a sua velha intuição. São factos, porém, vigentes <strong>no</strong><br />
velho mundo que nada têm de commum com o circulo<br />
em que vivemos, e é sempre a mais profunda verdade<br />
affirmar que mui pouco deve elle ao centro em que<br />
o atacam, si é que lhe deve alguma cousa. Só se<br />
obedece á lei do contmste. Sómente por este- modo<br />
é possivel explicar como partem do mesmo ponto, e<br />
andam hombreados, os Ensaios e Est'uilos de PMlosopMa<br />
e C?'itica e uns quantos productos que se não<br />
<strong>no</strong>mêam por desmerecerem qualquer menção,<br />
Os que sabemos que um escriptor é tanto mais<br />
venerando, quanto mais reage contra os preconceitos<br />
e' <strong>no</strong>s ensina alguma cousa de melhor; os que não<br />
batemos palmas a qualquer homunculo que DOS repisa<br />
as banalidades das ?'uas e dos cafés, temos ahi diante<br />
um objecto de estudo e de reflexão. Aquelle peque<strong>no</strong><br />
volume foi o primeiro pelo auctor atirado á publicidade<br />
j mas ha muito que ene escreve. Ha quatorze<br />
anuos que o jornalismo tem-<strong>no</strong> em seu seio sempre<br />
rouvinhoso e elevado, sempre descontente e original.<br />
Reclama attenção este espirito arroubado e lyrico· que<br />
durante seis anDOS trOll.xe-uos presos nas azas de ·sua<br />
poesia brilhante j merece preitos este pensador exacto<br />
e seguro, que, ha oito, par~ce, a certos respeitos, o<br />
escriptor mais adiantado de seu pailll Deixemo-Jlos<br />
de enga<strong>no</strong>s; eu digo com Stuart-~''1ill: Few pe1'sons are<br />
less disposed tltan I to call ha?'d names, poucos são<br />
me<strong>no</strong>s dispostos do que eu a dizer palavrões, mas as<br />
cousas devem ter seu <strong>no</strong>me: o redactor do Deutsche1'<br />
Kiimpfe?' não é ministro, nem deputado; não é lente<br />
de Academia, nem já foi conferenciar á Escola da<br />
Gloria . . . . parece, comtudo, a alguns respeitos, o