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130 -<br />
todos os crimi<strong>no</strong>sos dispoem dos mesmos meios de<br />
reacção j o que quer dizer, nem todos est.ão, pela sua<br />
capacidade e desenvolvi~ento intellectual, igualmente<br />
aptos a reagir por si mesmos, entrando na realidade<br />
de seus deveres pela porta da refl~xão. Vimos que<br />
o ig<strong>no</strong>rante é um paralytico da intelligencia j e são<br />
elles que. constituem a grande massa dos crimi<strong>no</strong>sos.<br />
"D'abi vem que poucos se regeneram; e estes<br />
poucos são ordinariamente os mais aptos a sentir e<br />
a pensar. Em terceiro lugar, finalmente, é que os re·<br />
gimens penitenciarios postos em practica geralmente, e<br />
com especialidade (com pezar o dizemos) em <strong>no</strong>sso<br />
paiz, estão longe de corresponder ás vistas therapeuticas<br />
com que a me'dicina os iria empregar. ° estado<br />
immundo, infecto, insalubre, anti-hygienico das prisões,<br />
reunindo todos os elementos contrarios á regularisação<br />
da saúde, S9 serve para exacerbar o principio que<br />
alimenta a molestia, qualquer que ene seja, para azedar<br />
mais as paixões, para derrancar mais, e mais fazer<br />
fermentar os odios e os r~ncores, e, port.anto, para<br />
predispor cada vez mais o individuo á perpetração de<br />
<strong>no</strong>vos delictos.<br />
nTrar-<strong>no</strong>s-hão certamente por abi a questão da<br />
imputabilidade. D est'arté, dir-<strong>no</strong>s-hão, acabaes com<br />
a auto<strong>no</strong>mia, com a imputação dos actos, COllL todas<br />
as prerogativas da consciencia humana., e portanto,<br />
tendes destruido as leis philosophicas, rasgaes os codigos,<br />
abrjs as prisões, proclamaes o dominio absoluto<br />
do crime e com ene a subversão social.<br />
"Mas, antes de tudo, é, já o deixamos entrever,<br />
uma impertinencia essa consciencia como a querem<br />
por ahi, como entidade psychologica j o que em nada<br />
contradiz, em nada implica a moral, nem a <strong>no</strong>breza<br />
do homem. Assim, vejamos si ha ahi realmente abolição<br />
dos preceitos moraes do individuo.<br />
,,0 homem obra ahi fatalmente, sim j e sob uma<br />
fatalidade inexoravel, porque é a fatalidade organica:<br />
mas, nem por isso me<strong>no</strong>s merito lhe vem de conhecer<br />
e depois conjurar os ef!eitos d'essa fatalidade, do que<br />
lhe proviria do triumpho n'uma opção. Porque o