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A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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entretanto, ponderar que, na lista dos philosophos do<br />

<strong>Brasil</strong>, encontro um só typo pertencente, ao que parece,<br />

iqualla ultima classe, o Dr. Pem'o Americo, fero<br />

renho espiritualista, e, dos cinco medicos ahi contados,<br />

tres, os Drs. Eduardo França, Domingos de Magalhães<br />

e Soria<strong>no</strong> de Souza, são mais. espiritualistas que s.<br />

propria espiritualidade, mais sectarios da immortalidade<br />

do que esta mesma o seria.<br />

Por oub'o lado, os dous escriptores phi1osophos pertencentes<br />

á classe dos legistas, o Visconde do Rio<br />

Grande e o Dr, Tobias Barreto de Menezes, são não<br />

só dos mais originaes e profundos como dos mais rles·<br />

preoccupados dos aferros da educação.<br />

Não involve isto a'defeza do bacha,/'elato brasileiro,<br />

a que por minha vez pertenço, cujas pessimas<br />

condições scientifieas sou dos primeiros a proclamar.<br />

e cuja reforma se me antolha inrlispensavel. Os pab'ios<br />

legistas. em sua quasi generalidade, são a <strong>no</strong>ssa<br />

classe mais perigosa, por infatuada e ig<strong>no</strong>rante. Só<br />

podem correr parelhas com os. seus irmãos de cultura,<br />

os membros do <strong>no</strong>sso clero. Nutridos do espirito frivolo<br />

da baixa litteratura que cultivam nas Academias,<br />

e de chatas a.ntigua1has dos juristas lusos, eil-os que<br />

para o Globo, peque<strong>no</strong> diario que se publica na Côrte, um en·<br />

~enheiro, residente <strong>no</strong>s Estados Unidos, dando conta do como<br />

foram aUi julgados alguns trabalhos de medicos e engenheiros<br />

nacionaes, os seguintes periodos: ,,0 livro sobre pontes do<br />

Dr. Machado, lente da escola de engenharia do Rio, é um tra·<br />

balho de. theoria, cheio de formulas, que hoje ninguem emprega,<br />

e vê-se ter elie sido escripto por quem nunca viu fazer nem<br />

ao me<strong>no</strong>s um pontilhão. A caderneta de campos, arranjada<br />

pelo Snr. Pereira Passos, que dizem dirige abi um estabeleci·<br />

mento de construcçào naval, é um trabalbo sem valor de especie<br />

alguma, e até com erros de calculo, e <strong>no</strong> entatlto dizt'Jn ter<br />

sido impresso com auxilio do govt'r<strong>no</strong>. o que aqui causou ado<br />

miraçào. Um livrinho do Snr. Borges de Castro, tractando de<br />

questões professionaes, é pouco me<strong>no</strong>s intt'ressante do que aa<br />

folhinhas de Ayer. Um folheto do SOl'. Camara • engenheiro<br />

hydraulico, que dizem ser, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, um cidadão de alta capa·<br />

cidade, t.em a grande vantagem de não adiantar uma s' ideIa."<br />

Os dig<strong>no</strong>s america<strong>no</strong>s s6 fist'.ram excepção, pouco honrosa, para<br />

dous ou tres peque<strong>no</strong>s trabalhos procedt'ntes d'este paiz. Vid.<br />

Globo de 3 de Junho dt' 1877.

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