A Filosofia no Brasil Sílvio Romero

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Tal é; precisamos justamente da liberdade; mas
da liberdade que honra o individuo, da liberdade que
lhe permitte viver como homem de bem, e não a ­
phixiado, por necessidade, nas miserias intellectuae
que nos detmpam; dít liberdade que deixa a cada um
cumprir o seu dever, não o dever bastardo a que' uma
legislaçãO fossii obriga; mas o dever que a sciencia
- prescreve. É d'essa. que necessi.tamo e não das de-
. clamações dos partidarios e das posições th atraes do
imperador. Para não deixar de mostrar ao meu leitor
todo o pensamente de Tobias Barreto, traduzo mais
as linhas que se seguem: ,.Quando nos livraremos de
semelhante farça? à já. tão velha farça de um verdadeiro
rei liberal, que é ~lguma cousa de tão contrario
á natureza e cheio de impossibilidade como
uma arvore ele ferro, ou um boi com azas, para não
faUar com Castellar de um Deus athêo? O que diria.
o malicioso Metternich, eUe para quem nm papa. liberal,
em seu tempo, parecia nina mascara. i tivesse vivido
até esta cl'eação phantastica de um liberalismo l"I~gio?
Um rei como philosopho, um rei como pensador e
desprezador das vaida.des mundanas não toca só ao
absurdo; é para mim inteiramente illintelligivel. E,
todavia, que~: me parecer que deveria ser. em tal caso,
a primein1 obrigação do Diogenes coroado o renunciar
ao throno e ao scept.ro." *)
Tal é o sentirio geral, dado rapidamente, da novis
iIUa publicação do auctor dos Ensa·ios e Eslttdos
de Ph-ilosophia e O?·itiat. Pela s-olidez e eleyação das
ideias é o que de melhor temos produzido sobre os
deliquios 'e as sombra.s de nos&a vida publica. Dista
seu espirita immenso da ideia e da intui