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RECURSOS HÍDRICOS ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1998</strong><br />

a primeira usina instalada no Brasil, em<br />

1889, tendo por finalidade a geração de<br />

energia elétrica para uso público,<br />

localizada no rio Paraibuna, a 7 km de Juiz<br />

de Fora (MG).<br />

Nas décadas seguintes os estudos do<br />

potencial hidrelétrico e a implantação de<br />

empreendimentos foram realizados em<br />

função da proximidade e dimensões dos<br />

centros urbanos.<br />

Na década de 70, foram estabelecidas<br />

as primeiras interligações elétricas no<br />

Brasil com os países vizinhos (Paraguai e<br />

Uruguai). O processo de integração<br />

elétrica do Brasil com os países limítrofes<br />

iniciou-se com a implantação de projetos<br />

hidrelétricos binacionais.<br />

A geração de energia elétrica, por sua<br />

especificidade, apresenta dois problemas<br />

principais a equacionar no seu<br />

aproveitamento: a transmissão a grande<br />

distância e as questões ambientais.<br />

Distâncias cada vez maiores entre os<br />

locais dos aproveitamentos nos diversos<br />

rios do País e os centros consumidores<br />

exigem o transporte de grandes blocos de<br />

energia por uma rede de transmissão<br />

extensa e complexa. A construção de<br />

grandes reservatórios de água vem, nos<br />

últimos dez anos, sendo questionada, em<br />

face dos aspectos negativos provocados<br />

pelos impactos ambientais causados pela<br />

inundação de terras e alterações nos<br />

regimes dos rios. Isso afeta as populações<br />

vizinhas, os meios físico e biológico. Estes<br />

reservatórios, assim como os açudes,<br />

permitem uma multiplicidade de usos, tais<br />

como: o controle de cheias, a navegação,<br />

o abastecimento de água e a irrigação.<br />

Por outro lado, entre os aspectos<br />

positivos destacam-se os fatos de a<br />

hidreletricidade basear-se em uma fonte<br />

energética renovável e a existência de<br />

uma enorme experiência acumulada, para<br />

a construção de centrais elétricas, como<br />

também de sistemas de transmissão a elas<br />

associados.<br />

No Brasil, a energia elétrica de origem<br />

hidráulica é a mais amplamente utilizada,<br />

representando 95% do total produzido no<br />

País, destacando-se essa importante fonte<br />

primária pelo montante do potencial<br />

disponível e por sua atratividade<br />

econômica. Diferente dos outros grandes<br />

sistemas elétricos do mundo, baseados na<br />

utilização de fontes térmicas, no Brasil<br />

esta corresponde a apenas 5% da oferta<br />

para geração de energia elétrica. As<br />

centrais térmicas têm sido utilizadas<br />

somente com o objetivo de suprir as<br />

localidades isoladas ou para<br />

complementação dos sistemas<br />

interligados nos períodos secos e nas<br />

horas de maior demanda.<br />

A capacidade potencial de geração de<br />

energia elétrica nacional, segundo dados<br />

da ELETROBRÁS - SIPOT (Sistema de<br />

Informação do Potencial Brasileiro), é da<br />

ordem de 1 138 288,0 Gwh, contudo a<br />

potência em operação/construção, no<br />

ano de referência (julho/97 ), é de<br />

291 640,4 Gwh (25,62%) (Mapa Potencial<br />

hidrelétrico - bacias hidrográficas).<br />

Ao ser analisada a capacidade<br />

geradora de energia, em nível de bacias<br />

hidrográficas, temos o seguinte quadro<br />

(Tabela 1.19):<br />

- a bacia Amazônica apresenta o menor<br />

percentual de usinas em operação/<br />

construção, 0,46% de um potencial de<br />

485 426,8 Gwh, quantitativo aquém das<br />

necessidades regionais. Pelas<br />

características de dispersão geográfica<br />

dos centros urbanos, principais núcleos de<br />

demanda, a construção de maior número<br />

de unidades geradoras se faz necessário.<br />

Por outro lado, a topografia plana<br />

dominante na região, que leva a<br />

inundação de áreas enormes para a<br />

construção de reservatórios, vem se<br />

contrapor às idéias de se preservar a<br />

cobertura vegetal atual da Amazônia;<br />

- a bacia do Tocantins tem 67,29% do<br />

seu potencial inventariado (88 033,6 Gwh),<br />

estando 22,64% em operação/construção<br />

(29 614,4 Gwh);<br />

- as bacias do Atlântico Sul - trecho<br />

norte/nordeste - apresentam o maior<br />

potencial estimado (81,94%), de um total<br />

de geração da ordem de 14 207,8 Gwh,<br />

dos quais 10,46% se encontram em<br />

operação/construção (1 486,6 Gwh );<br />

- as bacias do São Francisco e Paraná<br />

respondem atualmente pelos maiores<br />

percentuais de usinas em operação/<br />

construção, 59,14% e 65,42%,<br />

respectivamente (54 713,8 Gwh e<br />

176 740,7 Gwh);<br />

- as bacias do Atlântico Sul - trecho<br />

leste - e a do Uruguai respondem por<br />

66,26% e 64,21% (41 044,7 Gwh e<br />

34 241,8 Gwh) do potencial em inventário/<br />

viabilidade, com percentuais em<br />

operação/construção de 15,98% e 15,33%<br />

(9 900,1 Gwh e 8 176,7 Gwh); e<br />

- as bacias do Atlântico Sul - trecho<br />

sudeste - apresentam 29,38% de seu<br />

potencial em operação/construção, de<br />

39,25% do potencial estimado<br />

(8 774,1 Gwh e 11 725,1 Gwh).<br />

Em função da ocupação predominante<br />

do nosso território ser litorânea e<br />

concentrada principalmente no Sul e<br />

Sudeste, com demandas crescentes de<br />

energia, observa-se que as maiores<br />

instalações, mesmo localizadas extraregionalmente,<br />

visam a atendê-las<br />

(Tabela 1.20).

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