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ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1998</strong><br />

VEGETAÇÃO E RECURSOS FLORÍSTICOS<br />

Potencial Florestal da Amazônia<br />

O IBGE, através de inventários florestais,<br />

realizados pelo Projeto RADAMBRASIL e<br />

publicados nos seus relatórios, fornece<br />

dados sobre a potencialidade florestal e,<br />

na medida do possível, uma orientação<br />

prática da utilização desses recursos.<br />

Apresenta também uma classificação<br />

do potencial florestal de cada estrato<br />

estudado, bem como estima a média de<br />

toda a população. Com esses resultados<br />

podem-se estabelecer as variações da<br />

disponibilidade de áreas e volumes.<br />

Comparando-se os resultados dos<br />

inventários realizados na Amazônia,<br />

comprova-se que, estatisticamente,<br />

tendem a igualdades volumétricas as<br />

Regiões Fitoecológicas da Floresta<br />

Ombrófila Densa e da Floresta Ombrófila<br />

Aberta.<br />

Verifica-se que essas florestas, embora<br />

heterogêneas sob múltiplos aspectos,<br />

apresentam características homogêneas<br />

em relação a certas variáveis. Entretanto,<br />

a mesma Região Fitoecológica pode<br />

apresentar variações significativas quanto<br />

aos aspectos qualitativo e comercial.<br />

Estas variações são bem acentuadas pelo<br />

posicionamento geográfico das<br />

populações em vista da diferença de<br />

resultados dos inventários nas partes<br />

setentrionais e meridionais, ocidentais e<br />

orientais da Amazônia.<br />

Observa-se que em uma mesma área<br />

ou meio fisionomicamente homogêneo<br />

ocorrem variações bastante acentuadas<br />

na composição volumétrica, quando são<br />

individualizadas as parcelas amostradas.<br />

Essas variações ocorrem dentro de cada<br />

estrato, quando se procura qualificar o<br />

potencial volumétrico, tanto no aspecto<br />

de sanidade aparente dos indivíduos que<br />

compõem os parâmetros estimados,<br />

quanto no comercial. O potencial bruto<br />

dos estratos mostra que a floresta, sendo<br />

um sistema natural, tende a manter o<br />

equilíbrio entre as unidades<br />

morfoestruturais que a compõem.<br />

Distribuição e Ocorrência de<br />

Espécies<br />

Um estudo com essa finalidade é de<br />

suma importância, tanto no aspecto<br />

econômico como para caracterizar a<br />

estrutura distributiva das espécies.<br />

Sabe-se que, embora essas florestas<br />

sejam extremamente heterogêneas na sua<br />

composição florística, sempre há uma<br />

afinidade em termos de distribuição de<br />

grupos de espécies. Logicamente essa<br />

associação está numa razão direta com<br />

outras variáveis que proporcionam o<br />

desenvolvimento de cada espécie.<br />

A distribuição descontínua de espécie é<br />

uma característica natural nas Florestas<br />

Ombrófilas Densa e Aberta. Cita-se ainda<br />

que o caso das espécies com tendência a<br />

gregarismos não é um problema de simples<br />

multiplicidade, porém a dominância desta<br />

ou daquela espécie, em áreas limitadas,<br />

está condicionada a fatores físicos e<br />

biológicos. A tendência de algumas delas<br />

é discrepante na estrutura clássica duma<br />

floresta heterogênea e influi bastante no<br />

seu aproveitamento racional e ordenado.<br />

Quanto ao seu aspecto comercial, se<br />

os agrupamentos ocorrem próximo às<br />

áreas de fácil acessibilidade, a exploração<br />

será mais acentuada e haverá quebra de<br />

equilíbrio, afetando desta forma a sua<br />

estrutura.<br />

O comportamento específico deve ser<br />

analisado, pois, às vezes, a ocorrência de<br />

certas espécies é bem generalizada, mas<br />

nem sempre o seu comportamento é o<br />

mesmo. Existem algumas que<br />

aparentemente não estão biologicamente<br />

bem adaptadas, como, por exemplo, as<br />

que ocorrem com indivíduos adultos nem<br />

sempre em boas condições de porte e<br />

sanidade, não apresentando plântulas nem<br />

espécimes em estágios de<br />

desenvolvimento ou então em número<br />

muito reduzido.<br />

A alternância de ocorrência das<br />

espécies ou grupos de espécies,<br />

condicionada aos fatores físico-biológicos,<br />

é bem caracterizada quando se estuda<br />

uma área com diferentes fisionomias. Essa<br />

desuniformidade distributiva gera,<br />

automaticamente, uma diferença<br />

volumétrica quando se correlacionam os<br />

volumes em função das classes de<br />

ocorrência.<br />

A relação interespecífica de vários tipos<br />

com sucessão, fluxo energético, ciclagem<br />

de nutrientes e outros mecanismos de<br />

controle, que influenciam no ajuste da<br />

espécie ao meio, reflete na produtividade<br />

de uma área em relação aos grupos de<br />

espécies. A própria diferenciação<br />

climática ou pedológica provoca uma<br />

variação na sua distribuição geográfica,<br />

originando, assim, uma zonação latitudinal<br />

e longitudinal.<br />

Saindo-se do estudo em nível de<br />

espécies e agrupando-as em termos de<br />

uma classificação comercial, observar-seá<br />

que a zonação propiciada pela<br />

distribuição geográfica é muito importante<br />

no sentido de planejamento racional da<br />

floresta. Obtendo-se a estimativa<br />

quantitativa e qualitativa da cobertura<br />

florestal, e associando-as a outras<br />

variáveis necessárias à caracterização<br />

duma área florestal, poder-se-ão criar<br />

núcleos produtivos, o que facilitará a<br />

explotação e a ordenação da mesma.

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