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VEGETAÇÃO E RECURSOS FLORÍSTICOS ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1998</strong><br />

de Geociências, vem desenvolvendo uma<br />

pesquisa de caráter permanente, tendo<br />

como objetivo coletar, analisar e<br />

sistematizar dados e informações sobre as<br />

espécies vegetais que apresentam<br />

potencialidade econômica. Trata-se do<br />

Cadastro de Espécies Vegetais de<br />

Importância Econômica - EVIE.<br />

Justifica-se ainda essa preocupação<br />

visto o crescente e indiscriminado<br />

desmatamento de nossas florestas e o uso<br />

predatório de nossas áreas campestres<br />

naturais, fatos esses que poderão acarretar<br />

em breve o extermínio de muitas espécies<br />

valiosas ainda não devidamente<br />

estudadas.<br />

A ação do homem no tocante à<br />

devastação da cobertura vegetal<br />

primitiva, que teve início com a<br />

colonização do Brasil, é marcante nas<br />

Regiões Sul, Sudeste, Nordeste e parte da<br />

Centro-Oeste do País; já na Região Norte,<br />

esta ação devastadora é mais recente<br />

(década de 60, com maior incremento nos<br />

anos 70/80) e, por esta razão, mantém a<br />

maior parte da sua vegetação primitiva<br />

conservada, porém algumas áreas já são<br />

motivo de preocupação, como, por<br />

exemplo, Rondônia, oeste do Tocantins e<br />

sul do Pará.<br />

No Mapa Vegetação Nativa e Áreas<br />

Antrópicas estão delineados os prováveis<br />

limites dos tipos de vegetação que<br />

revestiam o território brasileiro na época<br />

do seu descobrimento, e sobre estes foi<br />

utilizado um ornamento para representar a<br />

ação antrópica. A provável extensão de<br />

cada um deles, classificados em Regiões<br />

Fitoecológicas (quatro campestres e cinco<br />

florestais), Áreas de Vegetação (duas das<br />

formações pioneiras e uma de tensão<br />

ecológica) e Refúgio Ecológico, foi<br />

estimada com base na bibliografia<br />

reconhecida como a mais autêntica e<br />

confiável, no levantamento dos<br />

remanescentes da vegetação nativa e nos<br />

trabalhos de campo.<br />

A Região Fitoecológica pode ser<br />

considerada como o espaço definido por<br />

uma florística de gêneros típicos e de<br />

formas biológicas, características que se<br />

repetem dentro de um mesmo clima,<br />

podendo ocorrer em terrenos de litologia<br />

variada, mas com relevo bem marcado. As<br />

Áreas de Vegetação, que não devem ser<br />

confundidas com uma Região<br />

Fitoecológica, de significado restrito ao<br />

conceito fitogeográfico, têm sentido tão<br />

amplo que podem às vezes abranger<br />

vários ambientes e integrar mais de um<br />

sistema trófico. Os Refúgios Ecológicos são<br />

áreas geralmente isoladas e relíquias de<br />

possíveis paleoclimas que permaneceram<br />

intactos, ou quase, situando-se nas partes<br />

mais elevadas dos planaltos.<br />

Regiões Fitoecológicas e Áreas<br />

de Vegetação<br />

Região da Savana (Cerrado)<br />

É uma vegetação que ocorre<br />

predominantemente no Centro-Oeste, mas<br />

suas disjunções aparecem na Amazônia<br />

Setentrional desde o vale do rio Tacutu, em<br />

Roraima, até os tabuleiros do Amapá; no<br />

litoral e no interior do Nordeste; no<br />

planalto sedimentar da bacia do rio<br />

Paraná, na Região Sudeste; e no Sul do<br />

País, em partes do Planalto Meridional.<br />

Devido à intensa ação antrópica a que foi<br />

submetida, grande parte de sua<br />

vegetação nativa foi substituída por<br />

agricultura, pastagens e reflorestamento.<br />

Ela apresenta formações distintas, da<br />

florestada à gramíneo-lenhosa, em geral<br />

serpenteadas por florestas-de-galeria,<br />

revestindo solos lixiviados aluminizados.<br />

Caracteriza-se por apresentar uma<br />

estrutura composta por árvores baixas e<br />

tortuosas, isoladas ou agrupadas sobre um<br />

contínuo tapete graminoso. No estrato<br />

arbóreo constituído de micro e<br />

macrofanerófitos, predominam os gêneros<br />

Qualea, Vochysia, Caryocar, Salvertia,<br />

Callisthene, Kielmeyera, Bauhinia e Styrax,<br />

entre outros. No gramíneo-lenhoso<br />

predominam caméfitas pertencentes às<br />

famílias Myrtaceae e Leguminosae e<br />

hemicriptófitas pertencentes às<br />

Gramineae. Os indivíduos lenhosos que<br />

compõem a Savana apresentam brotos<br />

foliares bem protegidos, casca grossa e<br />

rugosa, esgalhamento profuso, grandes<br />

folhas coriáceas e perenes, e órgãos de<br />

reserva subterrâneos (xilopódios)<br />

geralmente profundos, constituindo formas<br />

biológicas adaptadas a solos ácidos,<br />

deficientes e aluminizados.<br />

Região da Savana Estépica<br />

(Caatinga do sertão árido,<br />

Campos de Roraima, Chaco<br />

Sul-Mato-Grossense e Parque de<br />

Espinilho da Barra do Rio Quaraí)<br />

A denominação Savana Estépica foi<br />

proposta por Trochain, em 1957, para<br />

designar um tipo de vegetação situado<br />

entre as áreas úmida e subúmida da<br />

África, predominantemente graminosa,<br />

hemicriptofítica, entremeada por<br />

fanerófitas e caméfitas espinhosas. Um<br />

mesmo tipo de vegetação neotropical,<br />

em geral de cobertura arbórea composta<br />

de elementos fanerofíticos, camefíticos<br />

espinhosos e várias cactáceas, cobrindo<br />

um estrato graminoso hemicriptofítico,<br />

entremeado por algumas terófitas, foi<br />

considerado homólogo daquele definido<br />

por Trochain, sendo representado no Brasil<br />

em quatro áreas geograficamente distintas

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