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CLIMA ANUÁRIO E STATÍSTICO DO BRASIL - 1998 Mapa 1.14 Unidades climáticas Limite climático quanto à temperatura Limite climático quanto à umidade Clima zonais ou genéticos Equatorial Tropical (zona equatorial) Tropical (nordeste oriental) Tropical Brasil central Temperado Fonte: Diagnóstico Brasil: a ocupação do território e o meio ambiente. Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - 1998 CLIMA A acentuada queda na velocidade dos ventos superficiais diminui o transporte das águas superficiais para oeste, o que favorece o aumento do nível do mar no setor centro-oriental e o aquecimento dessas águas. Tal situação provoca movimentos ascendentes do ar, propiciando índices elevados de chuvas no Pacífico centro-oriental, enquanto o setor ocidental, normalmente chuvoso, com o sistema de baixa pressão enfraquecido experimenta período de estiagem acentuada provocada pelos movimentos subsidentes do ar. Este mecanismo é denominado El Niño. Pesquisas indicam que no Brasil as anomalias decorrentes do El Niño são mais acentuadas no semi-árido nordestino; no norte e leste amazônico e nas Regiões Sul e Sudeste, as demais regiões são passíveis de influências variadas, proporcionais à intensidade do fenômeno. O contrário da situação descrita acima, ou seja, o resfriamento anômalo das águas superficiais do Pacífico centrooriental, caracteriza o fenômeno denominado La Niña. Em tais condições há intensificação na alta subtropical do Pacífico sudeste e enfraquecimento do sistema de baixa pressão do setor ocidental, e nessas circunstâncias os ventos alísios, leste/oeste, tornam-se mais intensos que a média climática, este fato aliado a outros processos marinhos acentua a ressurgência no setor oriental. O resfriamento superficial das águas do Pacífico centro-oriental e o fortalecimento das correntes de alto nível da atmosfera inibem as chuvas nesta região do Pacífico, enquanto no setor ocidental a intensificação dos alísios no transporte de águas quentes e os fortes movimentos ascendentes aumentam o estoque de vapor d’água na atmosfera, acarretando intensas chuvas naquela região. No Brasil, segundo os principais centros de pesquisas e aplicações meteorológicas do País, seus efeitos podem provocar decréscimo de chuvas na Região Sul; tendência de chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia; aumento das chuvas no litoral oriental da Região Nordeste; possibilidades de chuvas acima da média no semi-árido nordestino e temperaturas ligeiramente abaixo da média durante o inverno na Região Sudeste. Os fenômenos El Niño e La Niña são manifestações da natureza que apresentam caráter cíclico, ainda que irregular. Em relação ao El Niño sabe-se que sua periodicidade se dá entre três e cinco anos, além de ser um fenômeno que se repete a milhares de anos. Pesquisas recentes sobre análise de sedimentos em ambientes lacustres das ilhas Galápagos sugerem que as manifestações dos El Niño datam de 6 000 anos atrás (Kunnan et al., 1997 apud Alerta meteorológico especial, 1998). São conhecidos registros sobre relatos de viajantes do Século XVI que fazem referências a anomalias semelhantes ao fenômeno. Contudo, somente a partir do Século XIX foi que passou a ser observado com maior acuidade, inclusive data dessa época o conhecimento do termo El Niño ou Menino Jesus atribuído pelos pescadores da costa oeste da América do Sul às anomalias das águas do oceano, observadas em alguns anos na época do Natal. Porém um melhor entendimento sobre os mecanismos relacionados aos eventos El Niño só foi possível a partir dos anos 80, após o forte episódio El Niño 82/83, quando as autoridades de países como Estados Unidos, Japão, França, Korea e Tailândia sentiram a necessidade premente de incentivar as pesquisas para melhor monitorar o fenômeno e, assim, tentar minimizar os impactos decorrentes. Dessa forma, foi implantado em 1985 um sistema de observação oceânica e atmosférica sobre a Bacia do Pacífico Tropical, o Projeto Tropical Atmosphere-Ocean Array - TAO -patrocinado pelo Programa Internacional Tropical Ocean Global Atmosphere - TOGA - (Boletim de monitoramento do El niño de 1997). Um típico episódio de El Niño dura em média de 12 a 18 meses, e sua evolução processa-se da seguinte maneira: inicia-se nos primeiros meses de um ano, torna-se intenso a partir do quarto trimestre do ano e do primeiro trimestre do ano seguinte, e dissipa-se no decorrer do segundo trimestre do segundo ano. O El Niño 1997 caracterizou-se pela rápida evolução a partir de sua constatação durante os meses de março/ abril e já em maio encontrava-se bem definido, com a temperatura da superfície do oceano Pacífico equatorial, em seu setor centro-leste, cerca de 1,5 graus centígrados acima da média da região que se situa em torno de 25 graus centígrados. A intensidade da evolução ocorrida no mês de maio, e não durante o segundo semestre como normalmente ocorre, somada aos elevados desvios positivos da temperatura da superfície do mar, superiores a 4 graus centígrados, verificados nos meses subseqüentes, induziram a comunidade científica a emitir sinais de alerta para aquele que poderia ser um dos eventos mais graves do século, comparado em intensidade ao episódio ocorrido em 1982/83 que foi a mais violenta manifestação do fenômeno deste século, cujas conseqüências foram catastróficas em várias partes do planeta, devido às grandes inundações, secas e às
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Presidente da República Fernando H
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IN MEMORIAN ANUÁRIO ESTATÍSTICO D
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GUIA DE LEITURA ANUÁRIO ESTATÍSTI
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