Brazil Yearbook - 1998_ocr

RELEVO ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - 1998
A maior extensão dos patamares
encontra-se à margem esquerda do curso
médio do rio São Francisco, e apenas uma
pequena parte na sua margem direita.
Trata-se de um conjunto com altimetria
superior a 500 m, com cotas que chegam
a 1 200 m na Serra Geral de Goiás.
A unidade é constituída por litologias do
Grupo Bambuí e da Formação Urucuia; em
áreas restritas afloram rochas atribuídas
ao Pré-Cambriano Inferior a Médio. Essas
áreas correspondem a estreitas faixas
alongadas que bordejam a Serra Geral de
Goiás, no contato da Formação Urucuia
com o Grupo Bambuí e nos médios cursos
dos rios Correntina, Arrojado e Formoso,
assim como nas cabeceiras dos afluentes
da margem esquerda do rio Pandeiros.
A rede de drenagem é formada por
riachos sob controle estrutural.
Planalto da Borborema (36)
Compreende um conjunto estrutural que
se estende do Estado de Alagoas ao Rio
Grande do Norte, onde as diferenciações
geomorfológicas revelam diferentes
estágios de evolução do relevo,
decorrentes das interferências tectônicas
combinadas às modificações climáticas
subatuais e atuais. As altimetrias desta área
variam de 200 m a mais de 1 000 m. As
áreas mais elevadas correspondem às
cristas simétricas e assimétricas (hogbacks),
linhas de cumeadas e blocos serranos. As
altitudes intermediárias, em torno de 500 a
600 m, são encontradas sobretudo em
compartimentos aplainados. As feições
são formadas por rochas pré-cambrianas
e paleozóicas representadas por granitos,
siltitos e quartzitos, entre outras.
A rede de drenagem, de caráter
intermitente, apresenta um padrão radial
centrífugo, adaptado à tectônica
dominante, ressaltando os rios Ipojuca,
Jacuípe, Una e Paraíba, dirigidos para o
Atlântico, Ipanema e Moxotó, que correm
em direção ao São Francisco, e outros que
se dirigem para o norte.
Planaltos e Chapadas dos Rios
Jequitinhonha/Pardo (37)
Esses compartimentos geomorfológicos
abrangem parte dos Estados de Minas
Gerais, Bahia e Espírito Santo. O rio
Jequitinhonha, o mais importante curso
fluvial da área, representa o nível de base
geral e o principal responsável pela
dissecação, caracterizada por modelado
diferencial, e interflúvios convexos
entremeados por extensas chapadas. As
litologias compõem-se de micaxistos,
anfibolitos e gnaisses do Proterozóico,
metamorfizados, intrudidos por granitos e
rochas granitóides do Complexo Medina,
localmente capeadas por coberturas
detríticas do Cenozóico. Essas coberturas
conferem ao modelado um aspecto
distinto dos Maciços Plutônicos ao
ressaltarem feições tabulares, situadas nos
topos dos planaltos.
As chapadas apresentam nos topos
cobertura areno-argilosa e síltica
acinzentada, sustentada por uma crosta
ferruginizada, indicada por cornijas,
garantindo a verticalidade das encostas e
a manutenção da tabularidade nos topos.
Planalto dos Geraizinhos (38)
O Planalto dos Geraizinhos faz limite a
oeste e noroeste com os contrafortes das
Serras do Espinhaço e seus patamares, a
norte com os Patamares do Médio Rio de
Contas, e a sul com as Chapadas do
Jequitinhonha e Planaltos dos Rios
Jequitinhonha/Pardo.
A área é drenada pela bacia do rio
Pardo, que escoa para leste. Situa-se entre
cotas de 600 a 1 000 m, contendo relevos
planos conservados e retocados, além de
cristas isoladas, desenvolvidos em litologias
do Grupo Macaúbas.
Planaltos da Canastra (39)/Alto
Rio Grande (40)
As unidades são cortadas pela
drenagem do rio Grande, onde foram
construídos o Complexo Hidrelétrico de
Furnas e as Represas de Jaguari, Peixoto e
Furnas. O relevo é dissecado em formas
colinosas e interflúvios aplanados, com
topos e vertentes convexados e tabulares,
intercalados com cristas alongadas. As
litologias compõem-se por rochas dos
Complexos do Amparo e Paraisópolis e dos
Grupos São João del Rei, Carrancas,
Andrelândia, Itapira e Canastra.
O Planalto da Canastra é formado de
serras e patamares que atingem até 1 500 m
de altitude, no Estado de Minas Gerais e
parte restrita de São Paulo. Constitui
divisor de águas das bacias do São
Francisco e do Paraná, com padrão de
drenagem dendrítico. Nele está localizado
o Parque Nacional da Canastra.
Planaltos e Serras da
Diamantina (41)/Espinhaço (42)/
Quadrilátero Ferrífero (43)
Conjuntos de relevos elevados,
elaborados em rochas metassedimentares
dobradas e falhadas, dispõem-se no
sentido norte-sul, estendendo-se do
extremo norte do Estado da Bahia até as
proximidades da cidade de Ouro Preto, no
Estado de Minas Gerais. As características
morfológicas distintas retratam estilos
tectônicos diferenciados.