Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
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O ARQUIPÉLAGO
As safras eram
levadas por
carreadores e
caminhos de terra,
pois estradas
asfaltadas inexistiam
em muitas regiões
do Estado
“O Paraná dos anos 60 era um arquipélago em todos os sentidos figurados, em
que algumas 'ilhas' eram cercadas de carências absolutas: a energia elétrica era uma
luxuosa raridade, com cidades à meia-luz: à medida em que a noite chegava, as
lâmpadas acesas se transformavam em rubros tomates. O asfalto era uma distante
promessa. Cidades como Medianeira e Matelândia eram meros povoados e a região
era uma área sendo desbravada. O pó vermelho entrava pelo nariz, pela garganta,
irritava os olhos e se entranhava irremediavelmente na roupa.
O Norte do Paraná já estava em um estágio mais avançado e Londrina, Maringá e
algumas outras poucas cidades já mereciam esse nome. Mas muitas outras estavam
em plena adolescência, como Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí. No Sudoeste,
Marrecas, que recentemente havia mudado o nome para Francisco Beltrão, se
digladiava com Pato Branco para se afirmar como centro regional, abandonando o
apelido de 'Quilômetro 59', apenas um marco na estrada, que os patobranquenses
maldosamente lhe atribuíam. A viagem pelas pequenas cidades que nasciam era uma
aventura excitante pela trepidação econômica e cultural que se sentia no ar, mas
profundamente incômoda pela trepidação dos velhos jipes e Rural Willys em
estradinhas e carreadores maltratados. Marmeleiro, Planalto, Realeza, Salgado
Filho, Vitorino e toda a região eram promessas, só promessas. Hotéis? Nem pensar.
Em algumas cidades, nos hospedávamos em hospitais; em outras, na casa do prefeito
ou de algum figurão local. Mas a economia e a política fervilhavam. As concen-
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