aqueles elementos mágicos do universo da memória, impregnado de emoções asmais diversas. Mais do que tornar a leitura agradável, isso imprime mais densidade àhistória narrada. Afinal, não é propriamente de energia elétrica que se quer falar,mas da vida de mulheres e homens e de sua experiência na edificação de sua cidade.Nos últimos anos, a bibliografia sobre a história de Maringá e região ampliou-semuito. O livro Clareira Flamejante não é apenas mais um título que se soma atantos outros. Baseado em uma pesquisa extensa, apresenta uma contribuiçãosingular, vertida em um texto sóbrio e acessível, sobre um tema pouco exploradoentre nós. Diverte, informa e faz refletir. Merece ser lido, divulgado e debatido.Até mesmo para salientar a atualidade do tema do livro, não posso deixar deobservar como, apesar de vivermos uma época em que os debates concentram-sena utilização sustentável de múltiplas formas de energia, o imaginário popular aindaé preenchido pela energia elétrica. Seu apelo pode ser medido pelo alcance socialdos programas “Luz para Todos” e “Luz Fraterna”, implementados, recentemente,pelos governos federal e estadual. Esses programas pautam tanto a expansão dosserviços quanto a oferta gratuita à população de baixa renda. Na sensibilidade e nolinguajar de nossa época, trata-se de promover a inclusão social.Em contrapartida, o vocabulário da grande política recebeu a incorporação deum termo curioso: “apagão”. Originalmente empregado para definir a falta deprovisionamento e de fornecimento de energia elétrica, virou sinônimo de crise naprestação de qualquer serviço público. Há quem não goste do curioso vocábulo ede seus usos. Não se pode negar, contudo, que ele tem a enorme vantagem de serfácil de entender. Apagar a luz, afinal, é voltar às trevas, sejam elas literais oumetafóricas. Desde as mais remotas épocas, o que a humanidade quer mesmo époder dizer, fazendo eco ao que se lê na Bíblia a respeito do primeiro dia dacriação, “haja luz”.Reginaldo Benedito DiasProfessor do Dep. de História da UEM[1] Cf. MELLO, Lilia, N.C. Luz e força movimentando a história. Rio de Janeiro: Centro de Memória da eletricidade noBrasil, 2003.[2] Cf. NETTO, Winifred Ethell. Quando o amor transpõe o oceano: uma história de coragem. São Paulo: Cultural, 2005.[3]TAIT, Tania. As excluídas da história: o olhar feminino sobre a história de Maringá. In DIAS, Reginaldo B. &GONÇALVES, J. H. R (orgs). Maringá e o norte do Paraná: estudos de história regional. Maringá: Eduem, 1999, p. 358.[4]DUQUE ESTRADA, J. F. Isto é você, Maria. Curitiba: Artes gráficas, Maringá, 1974, p. 13.[5] DUQUE ESTRADA, J. F. Terra crua. Curitiba, 1961.[6] SERRA, E. Cocamar: sua história, sua gente. Maringá: Cocamar, 1989, p. 18.[7] DUQUE ESTRADA, J. F. Terra Crua. Curitiba, 1961, p. 70.[8] Conforme anotações do professor Antonio Augusto de Assis, o petebista Álvaro Fernandes reivindicava a autoria doplano e afirmava ter “soprado” a idéia para Malachias de Abreu (UDN). Houve quem atribuísse a Fernandes a própriaexecução do ato.[9] REIS, O. Maringá e seus prefeitos. Maringá: Clichetec, 1996, p. 33.12
“As noites eram tenebrosas. Vultos silenciososse moviam no escuro. Alguns se moviamcomo sombras e outros levandouma lanterna e lampião numadas mãos e, na outra, uma arma.Lendas eram criadas e o medose tornava contagiante.”(Jacus & Picaretas, Ildeu Manso Vieira, página 145)13
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