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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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chamadas de “tomatinhos”, pois apenas ficavam vermelhas. Nessa época, lembra

Mayo, famílias costumavam incinerar na rua o lixo que produziam. Não raro,

quando o lixo queimava próximo a um daqueles postes de madeira, o acidente era

previsível. Como os moradores estavam muito insatisfeitos com a questão da

energia, o incêndio “casual” de um poste, ainda que parcialmente, podia ser

entendido como uma forma de expressar o descontentamento.

A LUZ DEMOROU...

No final dos anos 40, seguindo os passos de inúmeras outras famílias que

partiam em busca de melhores condições de vida, os Borghi deixaram o interior de

São Paulo para tentar a sorte no Paraná. Eles, que plantavam café na região de

Catanduva, adquiriram uma propriedade agrícola nas cobiçadas terras vermelhas

de Maringá. Só que o tal sítio ficava na chamada Gleba Pingüim, assim

denominada por ser baixa e muito fria durante o inverno, sendo imprópria para

quem desejasse viver da cafeicultura. No começo, a família enfrentou dificuldades

em razão das geadas, mas aos poucos foi firmando-se, conforme lembra o

produtor Aníbal Borghi, o seu Zico. Ele conta que o pessoal mudou logo de

atividade e foi sobrevivendo de outras culturas até que, com a soja, a vida ficou

bem mais fácil. Conta também que em seu sítio, assim como na vizinhança, a

energia elétrica chegaria quase trinta anos depois deles, em 1975. Até então, luz

em casa somente à base de lamparina. De acordo com seu Zico, a escuridão do

campo, à noite, não impedia que as pessoas se deslocassem, apenas sob a claridade

da lua, para visitar um parente ou participar de alguma reza ou festança nas

imediações, devidamente iluminadas por lampiões.

FRIGORÍFICO CENTRAL

No final dos anos 50, algumas empresas de Maringá tiveram que providenciar a

rede de alta tensão, financiando com recursos próprios a instalação de postes de

madeira e fiação de cobre, para poder contar com energia elétrica. Foi o caso do

Frigorífico Central, fundado em 1958 pelos irmãos portugueses Amorim e

Virgulino Moleirinho, filhos do carpinteiro Joaquim Duarte Moleirinho. O pai já

estava trabalhando a algum tempo em Maringá, onde atuava na construção de casas

e estabelecimentos comerciais quando, em 1957, os dois foram trazidos de Leiria.

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