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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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investia todas as suas economias e, após alguns anos vivendo em meio a toda sorte

de dificuldades, via tudo perder-se em uma única noite de geada forte, ficando sem

ter como recuperar-se. Nesse caso, tomado pelo desespero, o pobre se desfazia de

suas terras por qualquer valor e tratava de voltar logo para o lugar de onde tinha

vindo. Essas histórias de insucesso também corriam os outros Estados, esfriando

os ânimos de muita gente em relação ao Paraná. Por isso, ouvia-se, em tom irônico,

a frase que se espalhava com o vento: “O Paraná é só fama, quando não é poeira é

lama”. Nenhuma geada, contudo, por mais intensa que fosse, conseguia impedir a

determinação dos cafeicultores de verdade: eles chegavam, plantavam suas

lavouras e iam sobrevivendo com cultivos de subsistência, em meio às próprias

ruas do café. Eles sofriam prejuízos, sim, mas se recuperavam logo da “paulada” e

não perdiam seus objetivos de vista. No ano seguinte e nos outros, estavam lá

novamente com suas lavouras. Como não havia frio que os derrubasse, esses

teimosos e valentes acabavam enriquecendo num “descuido” do tempo.

.....

Durante a viagem de Bernardino de Campos a Londrina, com muito tempo para

conversar sobre tudo, o fazendeiro Francisco Lourenção soube do conhecimento e

da experiência de Francisco Romagnolo Junior na formação de cafezais em várias

cidades do Estado de São Paulo e, também, de seu desejo de, um dia, ter a própria

terra. Afinal, não lhe faltavam braços, pois a família era numerosa. Natalina também

compartilhava da vontade do marido: em uma área rural, onde pudessem plantar de

tudo um pouco e manter alguma criação, teriam a garantia do sustento com fartura

para todos e viveriam sossegados. A vida na cidade não lhes apetecia. Sentiam-se

b e m m a i s

confortáveis, seguros

e felizes no campo.

Por isso o de-sejo de

ter um sitio-zinho que

fosse para semear o

café e, nas entrelinhas

deste, fei-jão, arroz,

milho. Em outra parte,

a l g u m a s v a c a s

leiteiras, pomar e

horta com um pouco

de tudo, sem falar dos

porcos e aves. Assim,

o alimento à mesa só

iria depender do pró-

Na página ao lado,

cafezal a perder de

vista. Caminhões

carregados de café,

iguais a este, eram

comuns nas ruas

de Londrina

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