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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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Acima, o governador

Moysés Lupion.

Umas das mais

urgentes prioridades

do primeiro prefeito

de Maringá, Inocente

Villanova Júnior

(abaixo), era dotar

a cidade de geradores

eletro-diesel, o que

foi conseguido em 1952

A hidrografia paranaense possibilitou a viabilização de usinas hidrelétricas

relativamente próximas aos centros, como foi o caso de Londrina. Nas regiões onde

tais características não se apresentaram, a única opção eram os geradores a diesel.

No dia 7 de agosto de 1947, a Secretaria de Viação e Obras Públicas instalou

o Serviço de Energia Elétrica do Estado, o qual seria reconhecido no ano

seguinte como órgão auxiliar do Conselho Nacional de Águas e Energia

Elétrica. Ainda em 1948 ele seria transformado no Departamento de Água e

Energia Elétrica (DAEE), com autonomia administrativa e financeira. Uma de

suas primeiras iniciativas foi propor um plano para a eletrificação do Estado, o

Plano Hidrelétrico Paranaense, de 1948.

No governo de Moysés Lupion (1947-1950), o Estado passou a absorver

empresas privadas de energia nos municípios, como a Força e Luz de Antonina,

parte da rede de Apucarana, pertencente à Empresa Elétrica de Londrina S.A.; Força

e Luz de Imbituva e Empresa Elétrica de Foz do Iguaçu. Por outro lado, o governo

participou da constituição de algumas sociedades, como a Empresa Hidro-Elétrica

do Vale do Ivaí, Empresa Hidro-Elétrica de Laranjinha e Empresa Hidro-Elétrica de

Mallet.

Pelo Plano de Eletrificação, observava-se que o Norte do Paraná era a região

menos atendida, apesar do intenso crescimento populacional. Mas o governo não

podia fazer muita coisa, pois o Estado encontrava-se, nessa época, com insuficiência

de recursos.

Em 1952, o primeiro prefeito de Maringá, Inocente Villanova Júnior, gozando de

bom relacionamento com pessoas influentes da capital, conseguiu a cessão de quatro

motores usados de 2.080 cavalos de potência. A cidade, fundada em 1947 e

emancipada em 1951, ainda não contava com energia elétrica nessa época, a

não ser com alguns pequenos motores a diesel, mantidos por meia dúzia de

comerciantes e de uso estritamente particular.

O projeto de instalação foi feito pela UTIL Companhia Brasileira de

Planejamento. Os motores foram instalados junto ao córrego Mandacaru e

a montagem executada por engenheiros vindos de Hamburgo, funcionários

da fábrica alemã que os produzira.

Tão logo instalados foi estendida nas principais ruas da cidade uma rede

de postes com pequenas lâmpadas que, de tão fracas, as pessoas chamavam

de “tomates”.

Só funcionavam até às 22 horas com duas piscadelas que avisavam os

moradores que era hora de acender velas e lampiões.

Em seu livro, editado em 1997, quando do cinqüentenário de Maringá,

Edgar Werner Osterrotht cita que “Velhos pioneiros e fundadores lembram-se bem

deste sofrido e saudoso tempo. Luz, só de velas, das antigas lanternas, dos 'lampiões

Aladim' ou da 'Petromax' à querosene, que ficavam pendurados nas principais ruas

64 10 44

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