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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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A solução foi a transferência da concessão para a Cia. Sul Paulista, que passou a

fornecer luz a Tomazina e demais distritos.

Com a instituição do Código de Águas em 10 de julho de 1934, considerado

um divisor na história da energia elétrica nacional, foi decretado o início da

estatização do setor. Diante dos protestos das empresas estrangeiras, que

limitavam as margens de lucro em 10%, só em 1938 o

Supremo Tribunal Federal proferiu sentença

definitiva em favor da constitucionalidade do Código.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, seria

interrompida a importação de material elétrico, do

qual o País era dependente. Ao final, os Estados

Unidos proibiram terminantemente a venda e a

fabricação desses equipamentos, a não ser para uso

estritamente militar. Nessas circunstâncias, houve a

estagnação do setor durante o período, o que pressionou

as margens de lucros e criou animosidade

entre as companhias e os consumidores devido aos

inevitáveis problemas com a insuficiência do

fornecimento de luz. O final da Guerra (1945)

coincidiu, inclusive, com o recrudescimento dessas

dificuldades, havendo escassez e racionamentos de

energia.

Mas, em paralelo a todo esse fascinante choque de

modernidade, o Paraná presenciaria uma odisséia em

que a energia elétrica seria, forçosamente, relegada a

um plano secundário. O veloz processo de colonização

do Norte do Estado, que fez brotar um manancial

de oportunidades de enriquecimento aos que se

dispusessem a enfrentar condições absolutamente rudes

e quase primitivas de sobrevivência no sertão, fez

com que um outro tipo de civilização fosse forjada.

Como que num túnel do tempo, milhares de famílias

deixavam para trás países de vários continentes e

suas cidades iluminadas para tentar a sorte na selva e viver

quase como silvícolas. Despidos de conforto, lançavam-se

a uma aventura admirável, habitando inicialmente

toscos ranchinhos erguidos em meio ao sertão

hostil, cultivando o próprio alimento, oferecendo aos

filhos apenas a perspectiva de uma vida melhor, como

veremos adiante.

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