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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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O engenheiro

Francisco Inácio

de Oliveira, foi

o primeiro

superintendente da

Copel em Maringá,

entre 1956 e 1958.

O segundo, João

Laurindo Souza

Neto, de 1958 a 1960.

O terceiro, Antonio

Eriberto Schwabe,

no início dos anos

60, na outra foto,

Schwabe em 2007.

eram comuns e as pessoas revelavam impaciência quando lembravam que Londrina e

municípios vizinhos já eram servidos de energia elétrica “de verdade”. Até mesmo

um “enterro da Copel” seria organizado por estudantes, com caixão de defunto e

tudo, para protestar contra a empresa. Não bastasse, quase sempre ouviam-se piadas

e gracejos, em que se desdenhava da cidade. Repetia-se a história, inventada

certamente, de um viajante que, ao retornar a seu destino após passar por Maringá,

era indagado se a cidade possuia luz. “Não sei, passei por lá de noite”, era a jocosa

resposta.

Quando saía às ruas, Schwabe sofria pressões de toda ordem. Não escapava de

enfrentar os mais exaltados, agindo sempre com muita cautela e parcimônia para não

acabar no centro de uma briga. Mas nem sempre era assim: pelo menos uma vez

sofreu atentado à bala que quase o matou. Certo dia, recostado distraidamente na

parede frontal do escritório da empresa, na Avenida Herval, o engenheiro foi

surpreendido por um tiro de revólver, que só não o atingiu por poucos centímetros,

na altura do coração. Muito assustado, Schwabe nem chegou a ver o atirador, mas

lembra ter sido protegido, na correria que se sucedeu, por um pistoleiro famoso em

Maringá na época, chamado Aníbal Goulart.

Algumas outras cidades do Norte do Paraná também já contavam com motores

estacionários para geração de energia. Porém,

determinou-se que a Copel, através da regional de

Maringá, ficasse responsável, a partir de então,

pelo fornecimento de energia também para

Mandaguari, Marialva, Loanda e Santa Isabel do

Ivaí, entre várias outras que vieram a seguir, as quais

eram percorridas pelo engenheiro Schwabe em

seu jipe.

Em vários desses municípios,

particulares tinham investido na

construção de pequenas usinas hidrelétricas, movimentadas

com rodões, aproveitando o curso dos rios, onde geravam

energia para si próprios e algumas fazendas ao redor. Tais

usinas, desprovidas de maiores recursos, operavam com

dificuldades e não sobreviveriam por muito tempo. Às

margens do Ribeirão Marialva, por exemplo, no município

do mesmo nome, agricultores como Santo Calefi e Mário

Meloni contavam com energia elétrica em suas propriedades.

Na vizinhança deles, a família Megiatto

chegou a manter um moinho de trigo por vários anos,

ativado, igualmente, com energia ali mesmo produzida.

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