13.04.2020 Views

Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O Paraná passou a contar com energia elétrica praticamente na mesma época que

o Rio Grande do Sul, Estado onde o século XIX foi marcado pela Revolução

Farroupilha e também, mais ao seu final, pela Guerra do Paraguai. A capital gaúcha

era a cidade mais próxima do teatro de operações.

De 1889 a 1940, as administrações republicanas promoveram um surto de

desenvolvimento em Porto Alegre, instalando eletricidade, rede de esgotos,

transporte elétrico, água encanada, as primeiras faculdades, enfim.

Em Santa Catarina, algumas cidades saíram na frente em matéria de energia

elétrica. Na primeira década do século, Blumenau já dispunha de um rudimentar

sistema de iluminação pública. A Usina Hidrelétrica Salto Wissbach, construída em

1916, significou um avanço em relação aos modestos geradores, além de impulsionar

a industrialização em todo o Médio Vale do Itajaí.

Joinville serviu-se da Usina Hdirelétrica Piraí a partir de 1908 e, em 1913, foi a

vez da São Lourenço, em Mafra. Para atender a capital, o governador Gustavo

Richard determinou a construção da Usina Hidrelétrica Maroim, em São José. A

cidade reafirmou sua vocação como prestadora de serviços, em especial depois da

chegada da iluminação pública e da inauguração da Ponte Hercílio Luz, em 1926.

No Paraná, desde a criação da Província, em 1853, já havia registro da existência

de iluminação, com base na combustão a óleo de peixe e em condições precárias,

conforme expôs o presidente da Província, Zacarias de Goes e Vasconcelos:

(...) Apenas em Paranaguá accendem-se quatro ou pouco mais lampeões na cadeia e na alfandega, e

nesta cidade dous junto à residencia do governo.

A preferência pelo uso do lampião a querosene se dá em 1863, em detrimento do

similar a óleo, devido à comodidade e também o custo. A responsabilidade pela

iluminação pública era das municipalidades, através de suas Câmaras Municipais,

mas na década de 1870 a iniciativa privada começava a atuar na execução dos

serviços.

Em 1880, o presidente da Província, Sancho de Barros Pimentel, determinou que

o Thesouro Provincial abrisse concorrência para que fosse implantada iluminação a

gás carbônico, assim, a primeira lâmpada elétrica de Curitiba seria instalada no

Passeio Público, em 1886.

A iniciativa pioneira para a iluminação de Curitiba ocorreu no dia 9 de setembro

de 1890, após celebrado contrato entre a Intendência Municipal e a Companhia de

Água e Luz do Estado de São Paulo. Buscava-se um melhor serviço de fornecimento,

o que, entretanto, não viria a acontecer tão logo. Dona de uma concessão de 20 anos,

a Companhia investiu na construção da Usina Termelétrica de Capanema, a primeira

do Estado, que ficava em um terreno localizado atrás do então Congresso Estadual,

hoje a Câmara Municipal de Curitiba.

Sob a direção do engenheiro Leopoldo Starck, seu construtor, a usina entrou em

funcionamento no dia 12 de outubro de 1892, utilizando duas unidades a vapor. Ambas

produziam 4.270 HP de força, devorando 200 metros cúbicos de lenha por dia.

O presidente da

Província, Sancho

de Barros Pimentel

O Passeio Público,

inaugurado em 1886,

recebeu a primeira

lâmpada elétrica

da cidade

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!