Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
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O Paraná passou a contar com energia elétrica praticamente na mesma época que
o Rio Grande do Sul, Estado onde o século XIX foi marcado pela Revolução
Farroupilha e também, mais ao seu final, pela Guerra do Paraguai. A capital gaúcha
era a cidade mais próxima do teatro de operações.
De 1889 a 1940, as administrações republicanas promoveram um surto de
desenvolvimento em Porto Alegre, instalando eletricidade, rede de esgotos,
transporte elétrico, água encanada, as primeiras faculdades, enfim.
Em Santa Catarina, algumas cidades saíram na frente em matéria de energia
elétrica. Na primeira década do século, Blumenau já dispunha de um rudimentar
sistema de iluminação pública. A Usina Hidrelétrica Salto Wissbach, construída em
1916, significou um avanço em relação aos modestos geradores, além de impulsionar
a industrialização em todo o Médio Vale do Itajaí.
Joinville serviu-se da Usina Hdirelétrica Piraí a partir de 1908 e, em 1913, foi a
vez da São Lourenço, em Mafra. Para atender a capital, o governador Gustavo
Richard determinou a construção da Usina Hidrelétrica Maroim, em São José. A
cidade reafirmou sua vocação como prestadora de serviços, em especial depois da
chegada da iluminação pública e da inauguração da Ponte Hercílio Luz, em 1926.
No Paraná, desde a criação da Província, em 1853, já havia registro da existência
de iluminação, com base na combustão a óleo de peixe e em condições precárias,
conforme expôs o presidente da Província, Zacarias de Goes e Vasconcelos:
(...) Apenas em Paranaguá accendem-se quatro ou pouco mais lampeões na cadeia e na alfandega, e
nesta cidade dous junto à residencia do governo.
A preferência pelo uso do lampião a querosene se dá em 1863, em detrimento do
similar a óleo, devido à comodidade e também o custo. A responsabilidade pela
iluminação pública era das municipalidades, através de suas Câmaras Municipais,
mas na década de 1870 a iniciativa privada começava a atuar na execução dos
serviços.
Em 1880, o presidente da Província, Sancho de Barros Pimentel, determinou que
o Thesouro Provincial abrisse concorrência para que fosse implantada iluminação a
gás carbônico, assim, a primeira lâmpada elétrica de Curitiba seria instalada no
Passeio Público, em 1886.
A iniciativa pioneira para a iluminação de Curitiba ocorreu no dia 9 de setembro
de 1890, após celebrado contrato entre a Intendência Municipal e a Companhia de
Água e Luz do Estado de São Paulo. Buscava-se um melhor serviço de fornecimento,
o que, entretanto, não viria a acontecer tão logo. Dona de uma concessão de 20 anos,
a Companhia investiu na construção da Usina Termelétrica de Capanema, a primeira
do Estado, que ficava em um terreno localizado atrás do então Congresso Estadual,
hoje a Câmara Municipal de Curitiba.
Sob a direção do engenheiro Leopoldo Starck, seu construtor, a usina entrou em
funcionamento no dia 12 de outubro de 1892, utilizando duas unidades a vapor. Ambas
produziam 4.270 HP de força, devorando 200 metros cúbicos de lenha por dia.
O presidente da
Província, Sancho
de Barros Pimentel
O Passeio Público,
inaugurado em 1886,
recebeu a primeira
lâmpada elétrica
da cidade
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