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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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Àquelas localidades pioneiras seguiram-se Campo Largo, Prudentópolis,

Castro, Guarapuava, Piraí do Sul e Campo do Tenente, todas em 1911.

Em 1912, Ponta Grossa mostrava-se em estágio adiantado quando comparada

a outros municípios. Um texto publicado no dia 27 de junho daquele ano no

jornal “O Progresso”, com o título “Electricidade e vida moderna”, dá idéia

desse melhoramento:

(...) Em Ponta Grossa, pode haver relativo conforto nas habitações até dos pobres. Em algumas

casas de família o ferro de engommar a carvão foi substituído pelo electrico, nickelado, limpo e

aquecido em 5 minutos. A chaleira da cosinha encrustada de fuligem negra foi substituída pela

caçarola brilhante e limpa que pode ser transportada da cosinha para a sala de jantar onde qualquer

pessoa da casa (o criado hoje é coisa rara) aquecerá o seu chá, leite ou café, a qualquer hora do dia ou

da noite, em alguns minutos após a ligação da corrente. Na estação hibernal não será mais necessario

o tradicional caqueiro ou fogareiro de brasa tão nocivo a saude, pois temos a estufa

portatil com a sua luz fosca e isenta de exhalações podendo se usa-la mesmo no quarto de

dormir. A grelha em que se preparavam as torradas deu logar ao aquecedor nickelado, às

mesas de chá e sobre este mesmo apparelho aquecem-se ou fritam-se os ovos. Daqui há

pouco até mesmo os fogões a lenha ou carvão desaparecerão a vista das enormes vantagens

dos electricos, vantagens de economia, de asseio e de promptidão.

As donas de casa poderão accionar as machinas de costura, as batedeiras de

manteiga, o pequeno moinho de café, e poderão prover muitas outras necessidades domesticas.

Nessa época, outras cidades paranaenses passariam a contar com eletricidade.

Por ordem cronológica: Palmeira, Irati, Ipiranga, São Mateus do Sul,

Jaguariaíva, Senges, Tibagi, Araucária, Cambará, Rio Azul, Andirá, Itambaracá,

Santo Antonio da Platina, Antonina, Guarapuava, Rio Negro, Lapa e Siqueira

Campos, estas últimas já no final da década de 20.

Durante a Primeira Guerra Mundial, houve grande crise de abastecimento de

energia elétrica no País. Em Curitiba, as reclamações contra a atuação da empresa

responsável pela eletrificação, a The South, mostravam que a população estava

descontente com os serviços. O surto do progresso industrial foi acelerado logo

após a Guerra, dadas as dificuldades de importação de produtos industriais

durante os quatro anos de conflito.

No Paraná, em 1920, já havia 20 unidades instaladas de energia elétrica, com

potência de 6.715 kW, gerada por termeletricidade e hidreletricidade.

Algumas indústrias começaram a instalar geradoras para consumo próprio. A

primeira delas, a Indústrias Reunidas F. Matarazzo, em 1921, para movimentar

um moinho de trigo junto ao porto de Antonina e, em 1925, para fazer funcionar

um frigorífico e uma indústria têxtil em Jaguariaíva. A Indústrias Brasileiras de

Papéis, em Arapoti, trabalharia com eletricidade em 1926.

Em 1927, o governador Caetano Munhoz da Rocha deixou registrada a

insatisfação dos consumidores curitibanos com o péssimo atendimento da South.

Naquele mesmo ano, o serviço de iluminação pública da capital seria transferido

A cidade de Ponta

Grossa do começo

do século XX:

adiantada para a

época (Coleção

Adolfo Frioli)

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