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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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pessoas usavam pilhas comuns de farolete, ou até mesmo baterias de automóveis. Só

que elas descarregavam logo. As pilhas duravam mais tempo, mas não eram baratas.

Por isso, costumava-se ouvir com o volume baixo para economizar pilha.

Por causa da falta de energia elétrica e de aparelhos receptores, a Rádio Cultura foi

autorizada a instalar alto-falantes ao longo da Avenida Brasil, a mais importante via da

cidade. Samuel Silveira conta que as pessoas se sentavam na rua para “assistir” jogos

de futebol, como os da seleção brasileira.

Naquela época a rádio tinha uma potência pequena, mas o alcance era grande

porque só havia uma outra emissora em Londrina. Segundo Silveira, a Cultura

começou com 100 watts. Para ele, a chegada do rádio em Maringá foi um ato heróico,

mas também gratificante. Como não havia gravadores, a programação era inteiramente

ao vivo. Além dele, as primeiras vozes que chegaram aos ouvintes foram as dos

locutores Luís Barros, o Barrinhos, Dirceu Fernandes de Souza e Thomás de Aquino

Negreiros. Na calçada de casa ou junto ao alto-falante da rua, os moradores ficavam

“do lado de fora” para ouvir os programas sertanejos. Essa era a preferência das

pessoas da época, conforme lembra Reginaldo Nunes Ferreira. O que mais tocava era

música caipira, como as de Tonico e Tinoco, e Pedro Bento e Zé da Estrada.

Em 1953, a Rádio Cultura chegou a construir um auditório para fazer programas

de entretenimento. O mais famoso deles era o Clube do Caçula. Outro destaque da

Cultura era um programa para aproximar os corações dos apaixonados. O pioneiro e

historiador Antenor Sanches lembra que nos primeiros programas de rádio,

moças indicavam músicas para os rapazes, que retribuíram. Através desse

serviço de alto falante começaram muitos namoros e casamentos.

Samuel Silveira também lembra que a Cultura não era só entretenimento. A

cobertura de eventos oficiais e a transmissão de fatos do cotidiano levavam às

regiões mais afastadas da zona rural informações sobre o que acontecia na

cidade e até notícias sobre parentes, que ficavam algum tempo sem se ver, por

causa da falta de transporte coletivo e das precárias condições das estradas. A

chegada da luz propiciou, mais tarde, avanços como o telex, que traziam as

notícias nacionais.

A exemplo do que aconteceu em muitos municípios do interior, o rádio

“funcionou” em Maringá como um veículo de informação, entretenimento e

prestação de serviço. Seus primeiros locutores foram Aloysio Raphael Barros,

Dirceu Fernandes de Souza, Thomaz Aquino Negreiros, Dirce Righetti,

Joaquim Dutra, Olindor Camargo, Orlando João Zenaro Manin, Moacir Savelli,

Paulo Martins Silles, Lindolfo Luiz Silva, Ladislau Alberto de Lima, Roberto de

Mello Meira, José Alfredo Silva Filho, Sergio Andreucetti, José Ambrosio Netto,

Jayme Vieira Lopes, José Pinto Oliveira, Evaldo Rodrigues, Antonio Lazaro do

Amaral, Jairo de Oliveira Tomaz, Ivens Lagoano Pacheco, Abel Decleva, entre outros.

Os primeiros operadores de som: José Augusto de Negreiros, Ilda Ramos, Olinda

Oliveira, Maria Helena Savelli, Loreto Agnaldo Bochoski, Nelson Bartolo, Bruno

Piovezam, Adilson Andreatta, Aristeu Ferreira Miguel, Anaídes Batista Nogueira.

Muita música

caipira, informação

e prestação de

serviço: a

programação era

inteiramente ao vivo

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