Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
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Na cidade, Elias Kalaf colocara um
motor diesel em operação na rua Santa
Efigênia e vivia de vender energia para
várias famílias, cobrando pelo número
de bocais existente em cada casa. Maria
Olga Malvezzi Lima, moradora da cidade
na época, lembra que como a
capacidade de geração era muito pequena,
pedia-se que a eletricidade fosse
consumida apenas com iluminação, evitando
o uso, por exemplo, de ferro
elétrico.
Por algumas vezes, o presidente da
Copel esteve em Maringá, reunido com
prefeitos, para colocá-los a par dos avanços.
Mas no início de 1961, Parigot de Souza chegou à cidade, recepcionado pelo
prefeito João Paulino Vieira Filho, para trazer pessoalmente a notícia tão esperada por
todos: Maringá e região, enfim, teriam energia elétrica abundante,
proveniente da hidrelétrica de Salto Grande, a mesma
que há anos abastecia Londrina e municípios próximos. Para
isso, a empresa já havia iniciado a construção da rede de alta
tensão até Maringá. Nesse sentido, propriedades rurais estavam
sendo contatadas para a passagem da linha de transmissão,
através de um complicado processo que enfrentava a resistência
dos sitiantes. Debaixo dos fios, é claro, ninguém poderia
plantar árvores e fazer construções. Em compensação, essas
áreas já poderiam servir-se de energia elétrica, como foi o caso
da Fazenda Ubatuba, no município de Apucarana. Aberta pela
família Schindler, de origem alemã, durante os anos 40, a
propriedade especializou-se na produção de café e, com
energia de sobra, deu-se ao luxo de providenciar até mesmo
um cinema para seus empregados. Em Mandaguari, o produtor
rural Attílio Genta criaria uma padrão de referência para outros
agricultores, pela maneira equilibrada como conduziu o assunto
com a empresa, chegando a bom termo sobre a passagem
das linhas por suas terras.
Enquanto puxava a rede de alta tensão em direção a Maringá,
a Copel cuidava de substituir os postes de madeira, nas
cidades, por similares de concreto. Para esse trabalho, que era
Linhas de alta
tensão, puxadas a
partir de Londrina,
permitiram que
Maringá e dezenas
de municípios da
região, tivessem
energia elétrica
abundante. Ao
mesmo tempo, postes
de madeira (ao
lado) eram
substituídos por
postes de concreto.
A Fazenda
Ubatuba (página
ao lado) passou a
contar com
eletricidade bem
antes de muitos
municípios do
Norte do Paraná
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