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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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tornos, pois os motores diesel, além de absoletos, não dispunham de componentes

originais para troca. Para superar as dificuldades, muitas peças eram feitas na oficina

de um alemão chamado Kurt, em Maringá, mediante orientação do técnico

Eugênio Rosa. “Era preciso remendar tudo, senão a luz faltava e aí ocorriam as

passeatas.”

Dessa maneira, a empresa foi centralizando todas as ações governamentais de

planejamento, construção e exploração dos sistemas de produção, transmissão,

transformação, distribuição e comércio de energia elétrica e outros, tendo

incorporado todos os bens, serviços e obras em poder de diversos órgãos. Coubelhe,

então, a responsabilidade pela construção dos grandes sistemas de integração

energética e dos empreendimentos hidrelétricos previstos no Plano de

Eletrificação do Paraná.

.....

Catarinense de Concórdia, Osvaldo Chiuchetta chegou a Maringá em 1956,

atraído, como ocorrera com inúmeros outros, pela intensa propaganda que se fazia

do Norte do Paraná.

Ele lembra que como a cidade era servida de motores estacionários a diesel, os

empresários estavam insatisfeitos. Os motores eram enormes, ruidosos e precisavam

ser desligados por volta das 22 horas, além de exigirem um cuidadoso

trabalho de manutenção para que não viessem a pifar. Mas, nas serrarias, olarias e

empresas mais afastadas das cidades, onde havia fartura de lenha, era comum ainda

o emprego de equipamentos vetustos para a geração de energia, como os

legendários locomóveis (abaixo), criados no século XVIII. Fazendo lembrar, por

suas formas, pequenas “maria fumaça”, eles não eram mais que uma caldeira a vapor,

geralmente de fabricação alemã. Como iam

sendo descartados no interior de São Paulo,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul, acabavam

trazidos para regiões mais atrasadas, como o

Norte do Paraná, onde ainda encontravam

serventia.

Osvaldo Chiuchetta afirma que, de qualquer

forma, ao poderem contar com fornecimento

regular de energia, ainda que por

meio de motores, os municípios puderam

alavancar seu desenvolvimento, com a

chegada de outros tipos de indústrias.

Empreendedor, logo que chegou ao Norte do Paraná, Chiuchetta percebeu que

pelo menos 70% das pessoas eram, como ele, descendentes de italianos. Por isso,

em 1958, decidiu estabelecer-se como industrial, comprando trigo e milho para

transformar em fubá e farinha. Lembra ele que, em função da instabilidade do

fornecimento de energia, esse problema era, até então, um grande obstáculo para

qualquer tipo de indústria.

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