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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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Em 2001, País

viveu período de

desabastecimento e,

no Paraná, governo

estadual tenta

vender a Copel

Nesse período, o Brasil passaria por profundas transformações no setor elétrico. O

governo de Fernando Henrique Cardoso implantaria a livre concorrência para

promover a eficiência no setor, com regulação e fiscalização, visando a garantir

transparência para atrair o capital privado. A perspectiva era de privatizar

praticamente todo o setor de distribuição de energia elétrica como condição

necessária à alocação de recursos, a criação de um programa de termelétricas

(Programa Prioritário de Termelétricas - PPT) e a implantação do Mercado Atacadista

de Energia (MAE). Seria então criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

como agente regulador do setor.

O novo modelo para o setor elétrico não chegou, porém, a ser totalmente

implementado nos oito anos do governo FHC, visto que o processo de privatização

não foi concluído, da mesma forma que o PPT se resumiria a uma idéia que sequer saiu

do papel. Além disso, mantiveram-se incertezas regulatórias, o

que desestimularia o investimento privado. Para completar, o

governo ainda enfrentaria uma crise de desabastecimento de

energia em 2001, deixando evidente a fragilidade do setor. Diante

disso, o governo se afastaria do exercício de planejamento

energético, acreditando que o mercado poderia resolver tudo.

....

O ano de 2001, aliás, foi especialmente importante para o setor

energético do Paraná, ente a possibilidade de venda da Copel. No

entanto, a mobilização popular reacenderia a discussão no País

sobre as privatizações e acabou freando o processo de venda da

empresa, articulado durante o governo de Jaime Lerner.

Pode se dizer que o obscuro processo de privatização da Copel recebeu um banho

de luz e cidadania, como publicou a Revista Confea/PR. Vender a Companhia, afinal,

não foi tão fácil quanto o governo do Paraná imaginava. E por um simples fato:

ninguém contava com a ampla mobilização da sociedade em torno do assunto e nem

com a interferência direta de especialistas no setor de energia elétrica, como fez o

CREA-PR. A novela, que demoraria vários meses, passou por capítulos que

mostraram tanto tentativas desesperadas do governo do Estado de vender a Copel

como comemorações populares momentâneas por vencer algumas etapas da briga

contra a privatização.

Na verdade, as movimentações do governo do Estado para privatizar a empresa

começaram atribuladas e num cenário bem pouco recomendado para uma operação

comercial dessa magnitude. De um lado, o governo federal já havia suspendido o

processo de privatização desse setor, visando a não comprometer ainda mais o

vexaminoso quadro do apagão nacional. De outro, o cenário internacional - pós

atentado terrorista nos Estados Unidos da América - mostrava que o momento não

era propício ao fechamento de grandes negócios com investidores estrangeiros: a

moeda estava desvalorizada e a segurança econômica mundial inibia a oferta de

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