Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
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tão logo as terras vermelhas e férteis ficavam desnudas. As sementes vinham da
Fazenda Bule, não muito distante. Por sua vez, Natalina se entregava aos afazeres de
casa com a ajuda das filhas, cozinhava para um batalhão de trabalhadores e ainda
encontrava tempo para cuidar das crianças. Os pequeninos Vicente e Maria José
requeriam atenção redobrada, pois, bem mais que os outros, estavam sujeitos aos
perigos e surpresas daqueles matos. Ambos ficavam, na verdade, por conta das filhas
maiores, que faziam as vezes de mães.
Até formar a fazenda, que veio a se chamar “São Francisco”, foi preciso buscar
muita mão-de-obra em Londrina para dar conta do serviço mais pesado, ao qual
braçais nordestinos estavam habituados. Eram pernambucanos, alagoanos, baianos,
cearenses. Eles chegavam de seus Estados sem a ambição de fazer a vida, apenas para
trabalhar, cumprir uma jornada de dias, semanas ou meses. Instalavam-se em
pequenas pensões, onde podiam ser facilmente encontrados por quem precisasse
contratá-los. Para isso, além de combinar o pagamento pelo trabalho a executar, o
patrão se obrigava a saldar as despesas que haviam feito na pensão e, é claro,
fornecer-lhes comida. Não raro, usando de malandragem, vários desses homens
desistiam da tarefa logo no primeiro dia para retornar à mesma pensão, onde tinham
crédito, pois suas dívidas estava quites. Permaneciam ali até que outros desavisados
viessem contratá-los, não sem antes acertar suas contas com o estabelecimento.
A rusticidade e a
falta de conforto
eram comuns
nas fazendas
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