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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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São Paulo. Aliás, o primeiro Plano Hidrelétrico do Estado, que data de 1948,

previa sistemas elétricos distribuídos por regiões. O Sul seria apoiado nas futuras

usinas de Capivari-Cachoeira e Salto Grande do Iguaçu; o Norte, abastecido pelas

usinas de Salto Grande e Capivara, nos rios Paranapanema e Mourão; o Oeste, com

alguns geradores isolados.

Em 1952, o plano estadual incluiu a conclusão de pequenas hidrelétricas

(Cavernoso, Caiacanga e Laranjinha) e previu, finalmente, a construção de várias

outras, bem maiores, como Capivari-Cachoeira, Tibagi, Carvalhópolis e a termelétrica

de Figueira, esta última à base de carvão.

Ao mesmo tempo, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) passou

a instalar motores e conjuntos a diesel com capacidade entre 70 e 154 kVA em

muitas localidades, em caráter de emergência, além de proporcionar assistência a

prefeituras que mantinham serviços próprios de eletricidade. Foi o caso de

Maringá e Mandaguari.

Nessa última cidade, a família de Aleixo Leão de Oliveira, que havia chegado

alguns anos antes de Campos Gerais, sul de Minas, para tentar a sorte na

agricultura, apreciou a novidade. Ele e a mulher Maria Augusta já deviam ter,

naquela época, mais de dez de seus dezoito filhos - todos nascidos de parto

normal - quando a luz passou a ser especialmente importante. A exemplo das

outras famílias, eles deixariam de ir para a cama tão cedo, como faziam antes.

Afra, uma das filhas, lembra que, com o cair da noite e sem nada para fazer, o sono

era invencível. Mas, com a casa iluminada por lâmpadas colocadas em bocais que

pendiam do teto, a família havia adotado o costume de fazer orações todas as

noites após o jantar. O tempo,

em seguida, era geralmente

consumido com reuniões em

que se contavam histórias bíblicas.

Só mesmo perto das 22

horas - que era o horário máximo

de fornecimento de

energia às casas e estabelecimentos

comerciais -, o pai

Aleixo começava a assombrar

a todos com seus costumeiros

e amedrontadores “causos” de

fantasmas, que duravam até

que a luz fosse interrompida,

para algazarra geral.

A agência postal

de Lovat, de

responsabilidade de

Aleixo Leão de

Oliveira (foto:

A. Yokoyama)

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