Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ser divididos todos com
acesso a água numa ponta e
estrada na outra. Seriam,
assim, finos e compridos.
Os ingleses fragmentaram
toda a área em pequenos lotes
de modo a oferecer a
oportunidade para que milhares
de pessoas pudessem
adquirir as terras e fazer a vida
com a agricultura. O café,
então um produto de grande
valor econômico, serviria
como uma espécie de âncora
para as propriedades que iam
sendo abertas.
Com tudo pronto e definido, a Companhia decidiu então fazer a divulgação do
projeto de colonização, utilizando-se dos principais jornais e emissoras de rádios do
Brasil. Publicações importantes, como o jornal O Estado de S. Paulo, traziam
anúncios nos quais se procurava chamar a atenção para a excepcional qualidade das
terras vermelhas, próprias para o cultivo de café e livres de pragas como as formigas
saúvas, que infestavam o desgastado solo do interior paulista. Nas mensagens de
rádio, dizia-se: “visite o Norte do Paraná e mande buscar sua família”.
Dessa forma, a região começou a receber gente de todo lado, o que acelerou o
processo de colonização, realizando-se rapidamente a venda de lotes urbanos
e rurais, o que originou fazendas e povoados que iam abrindo ou alargando
clareiras na floresta.
.....
Não havia tempo a perder: as frentes de trabalho eram muitas. Ao mesmo
tempo em que vendia lotes de terras a todos que iam chegando (mesmo a
quem não tinha dinheiro, mas comprometia-se a pagar com os lucros do
café), a CTNP investia na melhoria de estradas e não demorou a iniciar a
construção da linha do trem em direção à bacia do Tibagi.
Contingentes de trabalhadores surgiam para executar a tarefa de pôr
abaixo o sertão. Como uma onda, primeiro vinham os “foiceiros”,
aniquilando toda a vegetação mais baixa com suas ferramentas sempre muito
afiadas. As árvores, inúmeras delas de grande porte, ficavam para os
“machadeiros”, que iam fazendo a destruição e tudo no braço. Quando uma
dessas árvores vinha ao chão, várias outras, em volta, eram esmagadas.
Grupo de desbravadores
no meio da floresta
que recobria as terras
da região; abaixo,
o resultado da caça
à uma pintada e
detalhe de uma
serraria (acervo
Kurt Jakowatz)
29 10