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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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GETÚLIO E A ESTRADA DE FERRO

Acima, o presidente

Getúlio Vargas.

Na outra página,

uma locomotiva à

vapor fazendo o

percurso entre

Curitiba e

Paranaguá, no

começo do último

século (acervo Serra

Verde Express)

O presidente da República, Getúlio Vargas, participou no dia 24 de janeiro de 1953,

em Curitiba, da inauguração oficial da eletrificação na Rede de Viação Paraná-Santa

Catarina (RVPSC). Ele estava acompanhado do governador do Paraná, Bento Munhoz

da Rocha Netto, e do Ministro da Viação, Álvaro Souza Lima, entre outras autoridades.

A eletrificação operava num trecho de apenas 36 quilômetros, entre Curitiba e

Banhado, faltando ainda 74 quilômetros para que alcançasse Paranaguá, pois a usina

hidrelétrica de Marumbi ainda não estava pronta. O terreno no trecho de planalto da

Curitiba-Paranaguá era acidentado e três túneis tiveram de ser refeitos para a

instalação das catenárias, o que encareceu e prolongou o tempo necessário às obras.

Ao ser procurado pela RVPSC para conceder um financiamento, o Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), orientou a

companhia a abandonar o projeto de eletrificação da ferrovia, por considerá-lo

inviável. Se fizesse isto, a empresa teria que desperdiçar os edifícios já

construídos, bem como os equipamentos elétricos adquiridos das subestações

retificadoras, além de mais de oitenta quilômetros de postes já plantados, sem

falar que a maior parte dos fios e cabos que se faziam necessários ao empreendimento

já estava comprada.

Em 1956 os dirigentes da RVPSC procuraram a Copel para iniciar negociações

visando a transferência da Usina do Marumbi para a empresa, desde que

fosse assegurado o fornecimento de energia para o trecho eletrificado da

ferrovia. A proposta foi recebida com entusiasmo pela diretoria da Copel, uma

vez que a energia produzida pela futura usina solucionaria a crítica carência de

eletricidade que então havia ao longo do litoral paranaense, especialmente o Porto de

Paranaguá, cujas máquinas freqüentemente tinham de ser paralisadas por falta de

eletricidade. Além disso, o controle da Usina de Marumbi facilitaria a construção de

uma grande hidrelétrica, a Capivari-Cachoeira.

Somente em 5 de abril de 1961, com oito anos de atraso, é que a Usina de Marumbi

- também conhecida como Usina do Véu de Noiva - iniciaria a geração de energia

elétrica, com potência de 2.000.000 kWh; por volta de 1966 sua potência chegou a

7.000.000 kWh, com a entrada de todas as turbinas em funcionamento.

Ainda em 1961 foi assinado um acordo para que o excedente da produção da

hidrelétrica fosse vendido à concessionária pública de energia. Esse acordo foi decisivo

para acabar com a então crônica precariedade no fornecimento de energia elétrica

ao litoral do Estado do Paraná. Nesse mesmo ano já eram atendidas as cidades de

Morretes, Antonina e Paranaguá. Em 1965 entraram em operação linhas de transmissão

que também possibilitariam o fornecimento da energia gerada por essa hidrelétrica

às localidades de Matinhos, Guaratuba e Caiobá. A Usina do Véu da Noiva

somente seria adquirida pela Copel em 1998.

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