Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.
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mente portuguesa, italiana e negra. Todas, já com muitos filhos, revelavam-se férteis
na geração de outros tantos. Não raro, mães levavam seus recém-nascidos para o
trabalho, deixando-os devidamente protegidos sob a saia de um cafeeiro. Na
colônia, tudo era motivo para festa e alegria, o que divertia os Romagnolo.
Francisco e Natalina, volta e meia, apadrinhavam batizados e casamentos. Eles
e também os filhos eram estimados pelos trabalhadores e seus familiares.
Quando de temporadas de chuvas, a fazenda ficava isolada por meses. Para ir
até a cidade, só mesmo na boléia de um valente caminhão Chevrolet, cujo motor
precisava ser propulsionado com manivela. Uma viagem de 21 quilômetros até
Londrina podia demorar 3 horas.
Assumindo a figura de patrão, embora a propriedade não lhe pertencesse,
Francisco gostava de tudo organizado e em perfeita ordem. Quando necessário, era
um homem duro, exigente nos detalhes. Gostava de confiar e acreditar nas pessoas,
mas não tolerava abusos. Fazia amigos com facilidade, apreciava conversar, trocar
idéias. Sabia conquistar o respeito e a simpatia dos que o cercavam. Na fazenda,
Francisco tomara a iniciativa de instalar uma escola para que as crianças pudessem
conhecer as letras. Até os dez anos, tinham a chance e o direito de aprender a ler e a
escrever, ao menos o próprio nome. Depois disso, acabavam largando tudo para
Uma viagem
de carro podia
acabar mal.
Acima, grãos em
estágio “cereja”
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